quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Post levemente sionista







Não me vou armar para aqui em Golda Meir vestida pela Zara. (Por acaso, gostava de saber falar iídiche, para poder insultar pessoas num idioma indecifrável. Estou a brincar. Hum.) Nada disso. É só que, por vezes, quando tenho uma máquina fotográfica à mão, foco-me em determinados detalhes. Que podem ser cores, ou janelas, ou grupos étnicos, etc. E fotografo-os. Desta vez, em Londres, fixei-me, encantada, em judeus ortodoxos (não parece, mas juro que sou uma pessoa normal, ou pelo menos é isso que costumam dizer de mim, à excepção das minhas detractoras, mas isso é porque não conseguem ter a tonicidade muscular com que fui abençoada, ah ah. Adiante, chega de disparates.).
Ah, e eram tantos. Em todo o lado. Tão interessantes, tão fotografáveis, tão esteticamente diferentes, com as suas famílias numerosas, as esposas tão castamente vestidas (ao pé delas sou uma Judith pecadora), os (muitos) filhos bem comportados todos vestidos de igual, os caracolinhos e as barbas bíblicas coroados pelos eternos quipás. Nutro por esta gente a curiosidade simpática e saudável que sempre me suscita a noção de “Outro” e de diferença entre seres humanos, e um vago interesse sociológico. (Isto são palavras bonitas para tentar justificar o meu indiscreto voyeurismo. Lá está, eu sei que sou uma Judith ou uma Salomé e, sobretudo, também tenho um my own private Muro das Lamentações.)

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