quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Já não sei andar de bicicleta



Humpf. Não consigo andar de bicicleta. Não sei o que se passou, mas, em toda a minha idade adulta, nunca consegui andar de bicicleta. E no entanto, em pequena, andava perfeitamente (sem rodinhas nem nada, minha gente).
Aliás, há uns anos, numa viagem a Espanha, todos os meus amigos foram dar uma volta de bicicleta até à praia menos eu (e umas miúdas que estavam doentes) porque aluguei, tal como eles, uma bicicleta, e depois não consegui andar com ela. (Não tenho culpa! Era uma cidade com um relevo muito acidentado!) Para cúmulo, há uma triste fotografia dessa ocasião, em que um amigo meu está a tentar ensinar-me a conduzir aquele veículo do demónio, tal e qual como se faz com as crianças. (Note to self: destruir o registo com urgência.)



De modo que já estou habituada às frases de gozo “Ah, ah, andar de bicicleta é como o sexo, nunca se esquece”. Ah, ah. Que piada. Pois. Mas eu continuo a não conseguir a andar de bicicleta. E estou profundamente convicta de que o problema não está em mim. (Estou a falar de bicicletas.) Mas ninguém me acredita. Ou têm o guiador muito à frente, ou o selim muito alto, ou são pesadas demais, ou sei lá. Ora, há coisas que têm que estar física e anatomicamente adequadas a nós, certo? (Ainda estou a falar de bicicletas.) Portanto, digam-me, o problema não tem que ser forçosamente nosso, pois não? Tudo depende do que estamos a montar, certo? (Continuo a falar de bicicletas.)

21 comentários:

  1. Lamento, mas o problema é mesmo teu, ou melhor, da falta de prática.

    Quando vim para cá nao devia andar de bicicleta aí desde 1987, e no inicio custou, eu nao estava habituada, e sentia-me muito insegura. Andava devagar e tinha medo das curvas, e fazer "pisca" que implica levantar o braço do lado para que se vai virar, ficando uns segundos só com uma mao no guiador.

    Com o tempo foi melhorando, fui ganhando confiança, perdendo o medo, e hoje em dia por vezes dou por mim a ajeitar o gorro com as duas mãos sem sequer reparar.

    É só questao de prática, mesmo.

    (e obviamente de uma bicicleta onde se chegue com os pés aos pedais)

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  2. Sem dúvida. Tudo depende do que estamos a montar (mesmo que estejamos a falar metaforicamente).

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  3. Parece que há uma personagem de banda desenhada com o mesmo problema que o teu...

    É uma questão de confiança. Se vais com confiança tudo corre bem, se vais sem confiança é um desastre, porque tentas corrigir demais as tragetórias.

    Andar de bicicleta, ou noutro veículo qualquer tem a ver com fluidez. Arrancares e fazeres pequenas ondulações para a direita e para a esquerda, e andar em frente, mais um bocado para a direita e para a esquerda e em frente.

    Claro que provavelmente precisas de protecção. Umas joelheiras, um capacete. (Parece-me claro que estou a falar de bicicletas.)

    mb

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  4. Eu, ciclista diária, se nao chegar com os pés ao chao nao me sinto segura, equilibro-me mas nao gosto e tenho medo. E também demorei algum tempo, depois de comprar a Ginger, a lembrar-me como se fazia.

    Já sexo, se calhar já me esqueci.

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  5. No outro dia, uma amiga contou-me uma situação semelhante. Fiquei parva! Já não ando de bicicleta desde criança, se calhar também já não sei andar... chuif chuif

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  6. Luna,
    é isso mesmo. E falta também ocasiões propícias e ciclovias decentes para eu praticar, como aí na Holanda. E por falar nisso... nem quero recordar a vez que estive em Amesterdão. Quem estava comigo queria andar de bike e eu tive de ser a corte :)

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  7. Miguelito,
    isso é uma excelente lição teórica, vou tentar lembra-me disso tudo! :D
    E quanto à protecção... luvas também, para não magoar as minhas patitas quando eu cair...

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  8. PS: já agora, qual é a personagem da BD?

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  9. Rita,
    isso é uma coisa que eu louvo muito: a ti,à Luna, à Andorinha e todos os milhões de pessoas que pedalam todos os dias!
    Estou certa que um dia vou conseguir, mas tenho de encontrar uma bike mais leve e mais pequena, que sou fracalhota ;)

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  10. Julie,
    trata disso depressa, tal como eu! Acho que ainda vamos a tempo :))

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  11. Olha, e já agora, uma bicicleta pequena e leve ajuda muito de início. As minhas primeiras eram bem pequeninas. A desvantagem, tem de se pedalar o dobro. Agora tenho uma maior e mais pesada, na qual nao chego com os pés ao chao, mas já me habituei a subir e descer sem ter de saltar atabalhoadamente ao travar.

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  12. Dicas de uma pro! ;) Já estão registadas! Sobretudo na parte da leveza, porque o que mais tenho encontrado é bikes muito pesadas, de facto.

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  13. O Calvin! A banda desenhada mais hilariante de todos os tempos. Para o Calvin a bicicleta tem-lhe um ódio muito vincado e pessoal.

    Mas isso é simples, algum tempo a tocar piano, parar, passar muitos anos a tocar guitarra e tentar voltar ao piano... não dá. Se tu andas a treinar muito nesses andarilhos assassinos de nome "saltos", é complicado pegar em duas rodas. És boa com pauzinhos! (Estou a falar de saltos!)

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  14. Ai, lá nisso, declaro-me... guilty!! ;)) Sou perita em saltos altos, stilettos, salto agulha, etc. :D Mas prometo que me vou esforçar em ultrapassar o "Complexo de Calvin" eh eh!
    Beijinho grande, Miguelito.

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  15. Lol.
    Epá eu conseguir até consigo, mas no dia seguinte...digamos q tenho um andar novo...not good!
    Dizem q é uma questão de hábito, e de facto em criança n me fazia diferença, mas agora...ui é coisa q n me assiste...

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  16. Me,
    eu fico com uma dor no rabo que não me aguento. Passe a expressão :D

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  17. Zozô

    quando vim para cá e comecei a andar - ainda por cima na altura fiquei temporariamente numa zona mais loge do trabalho, pelo que eram 5 km para lá, 5 km para cá - andei umas duas semanas com dores constantes no rabo, adormecia com dores, acordava com dores, mas depois passou.

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  18. Luna,
    caramba, deve ter custado a habituar... É por isso que admiro vocês todas: de bicicleta com saia e saltos altos, de bicicleta com chuva e neve (quando nós, em Portugal, caem duas pingas e já não saimos de casa), de bicicleta com compras de supermercado, de bicicleta com um bebé à frente e outro atrás!! Como é possível? Têm de ser uma fonte de inspiração para eu re-aprender a andar, a sério :)

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  19. Zozô

    é daqueles casos em que a necessidade faz o engenho, mesmo!
    É muito mais rápido e barato ir para o trabalho de bicicleta do que de autocarro (durante o nevão do último inverno fui durante uns dias de autocarro para o trabalho (espetei-me uma vez a fazer uma curva numa zona com gelo, e achei melhor jogar pelo seguro), e o trajecto que geralmente faço em 10 min, entre andar para a estação, esperar pelo autocarro, etc, ficava-me em mais de meia hora).
    Depois, mais uma vez, há a habituação, e o facto de toda a gente o fazer. E hoje em dia, para mim é uma qualidade de vida bestial pegar na bicicleta e ir, sem ficar presa no trânsito, sem ter problemas em estacionar, sem metade do stress que conduzir nos traz.
    Demora a habituar, não vou dizer que não, e quando estão temperaturas negativas, ou como ainda há uns dias, ventos de 50 km/hora com chuva, uma pessoa pensa "que saudades do meu carrinho", pensa mesmo. Mas aqui manter um carro é tao caro que compensa muito em termos monetários (tipo, umas férias nas caraíbas por ano).
    Depois, quando há dias bonitos, uma pessoa começar o dia a pedalar calmamente para o trabalho, é muito bom. :)

    P.S. se há cinco anos me dissessem que a bicicleta iria ser o meu meio de transporte no dia-a-dia eu não teria acreditado.

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  20. Luna, essa forma racional e sensata de escolher um meio de transporte é algo que eu também louvo em alguns países: a deslocação em bicicleta é de facto saudável, ecológica, económica, etc. Gostava que em Portugal tb se aderisse mais a isto, mas temos de reconhecer que o investimento em infra-estruturas ainda é pouco, e a própria geografia de algumas cidades tb não ajuda. Para não falar na questão do "status": nos países do Norte o uso da bicicleta generalizou-se, mas estás a ver algum cirurgião ou juíz em Portugal a deslocar-se sem o seu BMW...? ;) Mas isto já não pode funcionar como desculpa. Em Aveiro (e noutros sítios) já se tem feito progressos notáveis. Enfim! Nós chegamos lá um dia (umas décadas mais tarde, mas devemos chegar). :)

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