Joan Woodward e Paul Newman |
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Breve lição de gaélico
O sotaque escocês é das coisas mais deliciosas que o ouvido humano pode experienciar. Quando dizem “area”, pronunciam “írria”, por exemplo (acho isto adorável). O gaélico ainda é muito falado na Escócia. Em vez de “yes” dizem “aye”, em vez de "baby" dizem “bairn”. E “wee” significa pequeno. Uma despedida pode ser brindada com um alegre “Cherio, cherio!”, que eles pronunciam sempre com os famosos rr muito carregados. É uma expressão que me faz sempre rir e nem sei bem porquê (e não, não tem nada a ver com idas a destilarias e provas de whisky). “Failte” é uma palavra que há muito me intrigava: via-a por todo o lado. Afinal, não tem qualquer mistério, quer dizer “bem-vindo”.
Scottish mini dictionary na montra de uma loja, em Pitlochry |
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
The Angels' Share
The Angels' Share (A Parte dos Anjos), de Ken Loach (2012).
Eu recomendo este filme. Sim, é escocês, como não poderia deixar de ser. É uma comédia dramática sobre um rapaz de uma zona desfavorecida de Glasgow que, após ter tido alguns problemas com a justiça e de ter estado preso, pretende agora dar um novo rumo à sua vida. Está prestes a ser pai e a última pena que tem de cumprir são algumas horas de trabalho comunitário a que foi condenado. Juntamente com um íntegro e bondoso funcionário do programa de trabalho comunitário e um grupo de uns quantos destrambelhados que também estão a cumprir a pena, vai descobrir o mundo do whisky e do negócio das destilarias, e ver se tem uma segunda oportunidade na vida... Um filme muito interessante, com algum drama e um fino humor escocês, um filme, precisamente, sobre as segundas oportunidades e sobre esperança.
Sim, inevitavelmente, uma cena com kilts levantados - é um filme escocês, não há dúvida |
Observação não participante
As alianças no dedo (ou fora dele) são um bom exemplo de como muito boa gente passa metade da vida a tentar ser casado/a, e a outra metade a tentar parecer solteiro/a.
terça-feira, 26 de novembro de 2013
O castelo dos Monty Python
Bem perto de Stirling e da cidade de Callander, a caminho das Highlands, temos também o famoso Doune Castle, construído no século XIV. Famoso porque, como os fãs (como eu) deverão saber, foi o cenário para algumas aventuras dos impagáveis Monty Python, no filme "Monty Python e o Santo Graal". No nosso caso, passámos por lá mas não entrámos, o interior não é nada por aí além. Mas, para quem quiser, é mais uma razão para ir à Escócia (ou não houvessem já milhentas!), já que parece que os Monty Python vão regressar.
Stirling (e o seu castelo altaneiro)
Hoje vamos visitar o Castelo de Stirling , que é outro lugar (quase) obrigatório na Escócia. Foi lá que viveu, durante uma parte da sua infância, a célebre Mary, a Rainha dos Escoceses (sim, a tal do secretário italiano…).
O castelo é um complexo bastante grande que vale muito pela sua abordagem fácil e cativante, sobretudo junto do público mais jovem (até mais do que o Castelo de Edimburgo, na minha opinião). É uma delícia passear por ali, tanto no seu interior como nos jardins e pátios exteriores. Tem muito boas reconstituições de época, é muito lúdico, muito didáctico e vocacionado para as crianças, apela muito aos sentidos e à imaginação (pode sentir-se a textura dos tecidos utilizados há 500 anos, ou ouvir-se os sons do castelo naqueles tempos, ver quais os pratos que se confeccionavam na enorme cozinha, etc.). A fazer lembrar o bonito Chatêau de Chillon, na Suíça.
Do alto do castelo pode ver-se, lá em baixo, o célebre Monumento a William Wallace, mais conhecido por Braveheart, outra figura incontornável na História da Escócia e na sua luta pela independência em relação a Inglaterra.
No final da visita, como as fotos não deixam mentir, até se pode saborear um gelado artesanal vendido mesmo às portas do Castelo.
Dica útil: nas bilheteiras há a opção de pedir bilhetes de ingresso válidos para três castelos/monumentos com desconto. Como eu sabia que iríamos visitar o Castelo de Edimburgo no dia seguinte, foi o que fizemos, e o preço compensou bastante.
Há um grande estúdio cujo tema é a tapeçaria, e pessoas a trabalhar nos teares para reproduzirem os modelos de há centenas de anos atrás |
Actores, figurantes e recriações de ambientes históricos são o ponto forte deste Castelo |
Isto era o meu sonho em pequena, mas estas meninas é que tiveram sorte: ir ao Castelo e terem todo um guarda-roupa à disposição para se vestirem de princesas |
Texturas: é possível tocar nos bordados e nas sedas que costumavam fazer parte do vestuário dos nobres da época |
O ambiente de uma cozinha do séc. XV |
Os portões de entrada do Castelo |
Lá ao fundo, o monumento em honra de Wiiliam Wallace, o Braveheart
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Salas totalmente preparadas para ensinar História aos mais novos, da forma mais interactiva, divertida e apelativa |
A vista do topo do Castelo |
A (deliciosa) prova do crime |
Cachecol e guarda-chuva com cabo de madeira
Um grande amigo meu sempre gozou muito dos gajos que usam cachecol e guarda-chuva com cabo de madeira. É, para ele, o cúmulo da condição de cromo. Apesar de achar piada, sempre votei alguma indiferença a esta embirração do meu amigo, até que conheci efectivamente alguém que usava cachecol e guarda-chuva de madeira e pude confirmar a tese dele. Agora, juntamente com os homens que usam malinha a tiracolo, integram o meu grupo de odiozinhos de estimação.
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
Complexo fraterno?
Freud esqueceu-se de explicar isto (ou, se explicou, avisem-me). Atentemos no estranho caso de homens que são apaixonados pela irmã. Nunca viram nenhum? Eu, infelizmente, já. E, sim, é tão creepy quanto parece. Quer dizer, homens apaixonados pela mãe, ok, é chato, muitíssimo chato, sobretudo para as mulheres ou namoradas, mas enfim, há Édipo, há Freud, a gente sabe que mãe é mãe, e mãe há só uma, pronto, ainda se tenta compreender. Mas paixão pela irmã, é creepy demais.
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
Até ao fim
Ora vamos embirrar mais um bocadinho com o João Só, que é tão inofensivo mas que, inexplicavelmente, me proporcionou uma inesgotável fonte de embirrações. Para além de ter colocado o título a uma canção igual ao título do insuperável livro do Vergílio Ferreira, coisa que não lhe perdoo, toda esta música só pode ser sobre um problema qualquer de disfunção eréctil. Senão vejamos, o rapaz assegura incessantemente: "Sabes que vou/Até ao fim/Sabes que vou/Sabes que sim". E depois ainda pergunta ingenuamente: "O que é que queres mais de mim?". João, o meu amigo saberá, com certeza, que não basta ir até ao fim, embora isso para si já constitua nitidamente um grande esforço. Ah, não é sobre isso que está a falar? Mas olhe que parece mesmo.
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Lispector gadget (3)
Mais um gadget da Clarice, para a vida de todos os dias (sobretudo dos meus, ultimamente):
"Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outras pessoas. E outras coisas."
Clarice Lispector
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
Natural Scotland
Vamos continuar o nosso périplo por aquela que os Romanos chamaram de Caledónia. Aproveitando que em 2013 se celebra o Year of Natural Scotland, desta vez, vamos vê-la na sua perspectiva mais bucólica, em profundo contacto com a Natureza.
E estes carneiros que vemos na foto em baixo são típicos desta região do mundo: os espécimes do sexo masculino (tal como os seus congéneres humanos) podem ter dois, quatro, seis e até oito cornos! :)
Mas o que mais havia era mesmo ovelhas. Muitas ovelhas. Mesmo muitas, muitas. Umas queridas que nem vos conto.
Por exemplo, foi preciso eu ir lá para tocar pela primeira vez em ovelhinhas e carneirinhos, tal como estas meninas aqui na foto (reparem que os diminutivos infantilizadores não são aqui usados à toa).
Eu sei que isto é um carneiro, não é uma ovelha. |
Porque ir à Escócia é também ter uma boa oportunidade de apreciar a variada fauna local. Encontrámos, entre outros, ovelhas, carneiros, bois, cavalos, vacas, veados e corças. É possível avistá-los de qualquer estrada que atravessa o país.
Vimos bois.
Toda a gente a fotografar os bois, que têm grandes cornos retorcidos e franjas muito longas. |
Este é um boi típico de lá: chama-se Hamish McKay Denovan – sim, parece que eles deram um nome completo ao bicho.
E estes carneiros que vemos na foto em baixo são típicos desta região do mundo: os espécimes do sexo masculino (tal como os seus congéneres humanos) podem ter dois, quatro, seis e até oito cornos! :)
Também vimos veados e corças! Sendo que esta já é uma oportunidade mais rara:
</ Vimos vacas (estas estavam à beira do belíssimo Loch Achray):
Vimos cavalos (não se vêem mas eles estão lá, garanto):
</ Vimos vacas (estas estavam à beira do belíssimo Loch Achray):
Vimos cavalos (não se vêem mas eles estão lá, garanto):
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
Samhuinn Night em Edimburgo
Estamos a 6 de Novembro e este post já vai atrasado, mas na passada noite de 31 de Outubro para 1 de Novembro celebrou-se a Noite de Samhuinn. Qualquer coincidência entre esta noite e a do Halloween, talvez seja… pura verdade. Mas vamos lá ver: o Halloween é uma versão para americanos, e agora adulterada para o resto do mundo (na verdade, resulta da cristianização do Samhuinn). O Samhuinn (em gaélico escocês), ou Samhain (em irlandês), é uma genuína tradição celta a sério, para gente a sério, num país a sério, a minha Escócia (ah, ah). Nada de abóboras, nem de trick or treat, nem de Heidis Klums vestidas de bruxa. O Samhuinn é um festival que se realiza em Edimburgo e que recria o antigo festival celta que marcava o fim de um ano e o início de um novo, e marca ainda o princípio do Inverno. É marcado por um grande espectáculo de rua, na Royal Mile, com centenas de artistas participantes, que pertencem à Beltane Fire Society, e com milhares de espectadores.
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