quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Da Escandinávia, com amor: da paternidade


Copenhaga, 2007
Pais, muitos pais, (não mães) nos parques imaculados da cidade.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Um outro Verão

Chuva e frio a darem-me as boas vindas, no mês passado, do outro lado da janela do comboio rápido ICE Estugarda - Munique - Salzburgo.

Doses maciças

disto:


terça-feira, 14 de agosto de 2007

Da relação entre a época estival e os padrões de religiosidade da população masculina

Indicador: frequência com que uma rapariga em território português deixa atrás de si um lastro de suspiros de inspiração cristã: "Jesus...", "Meu Deus!", "Noooooossa Senhora".

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Provavelmente, a melhor cerveja de Copenhaga

Duas gerações, a mesma Carlsberg.
Todas as tardes, em todas as esplanadas, de Abril a Agosto.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Girl's best friend

O melhor amigo referira-se a ela, há vários anos, como um diamante em bruto. Julgou, ao tempo, entender o que isso significava. Tanto quanto actualmente estavam, ambos, conscientes de uma (eventualmente perturbadora) lapidação.

Do estival...

...optimismo masculino.
(Pois.)

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

O Islão não é todo igual

Há uma vertente comovente. Por entre as inextricáveis ramificações sunitas, xiitas, ismaelitas, há um inesperado ramo de paz. São os místicos sufitas, que se pode encontrar em Nizzamudin, na Índia, na Turquia, e muitos outros lugares. Pacíficos, por vezes loucos, uns rodopiam até ao êxtase – são os dervixes – outros limitam-se a derramar muito doces lágrimas contemplativas.

Bourgeoisie II

Trocar, em viagem, uma tenda de campismo por um confortável quarto de hotel e casa de banho privativa, é um aburguesamento ao qual me vendi, alegremente, já há muito tempo.

Bourgeoisie I

Acompanhar colegas de trabalho em incursões consumistas relacionadas com faqueiros, serviços de mesa, cortinas, e demais assuntos utilitário-decorativos domésticos é um tipo de aburguesamento ao qual (tão cedo) não farei concessões.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Metáfora da trave

Fazia lembrar uma ginasta de alta competição.
Exímia nos movimentos. Isometria e perfeição. Todo o gesto articulado, corpo anguloso, numa precisão milimétrica. Sem lugar para um passo em falso. A um tempo, forte e frágil. O corpo, uma haste flexível.
Rigidez: a expressão facial fechada, na tentativa de superação de si mesma. Cabelo severamente aprisionado em elásticos e ganchos. As mãos ressequidas, mergulhadas em pó. A adiada feminilidade concentrada na maquilhagem exagerada. Fato justo e reduzido: invólucro brilhante para um pequeno corpo musculado, deformado, peito liso – o corpo como tela das opções de uma vida; uma escolha vincada no corpo.
Na excelência, o seu auge é breve. Aos vinte anos será velha. A trave estreita (demasiado estreita) é o palco do seu equilíbrio acrobático e precário.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Dramaturgia

Sábado à noite, o teatro recomeça. Apagam-se marcas de lágrimas e de noites insones, para se reacender a luz do rosto. E desfila-se por aquele palco, e recebe-se um Estás tão bem e capta-se um Quem é a tua amiga, e não é que a tristeza desapareça milagrosamente. A maquilhagem é que é um prodígio miraculoso posto ao serviço da rapariga moderna – e de toda a mise-en-scéne social de sábado à noite.

Profecia

Em pequena, vaticinaram-lhe que, quando crescesse, ia partir corações; quando o tempo chegou, os esquemas amorosos em que se meteu revelaram-se, sem glória, meros quebra-cabeças.

Curva de Gauss

A estupidez está normalmente distribuída na população.

Indoor girl

Muitos namoros começam e acabam dentro de carros: eles são, enfim, muitas vezes, locais de encontro e de despedida. Pontos de partida e de chegada. Alfa e ómega de episódios (mais ou menos duradouros) de afectividade.
Que há quem enjoe em automóveis em movimento, é um facto. Que eu sou uma dessas pessoas, é verdade – relacionar isto com o assunto do parágrafo anterior é que já será talvez um exercício pernicioso.

O meu Ingmar Bergman é este



Den Goda viljan (1992)

Heart Shaped Box (I)

Podia ser Nirvana, Kurt Cobain, In Utero. Mas é outra coisa.

Heart Shaped Box (II)

Solícita, a amiga da pérola do Atlântico, tentou, ao telefone, auscultar-lhe o estado emocional:
- Então e esse coração?
- Removi-o cirurgicamente.

Heart Shaped Box (II)

Solícita, a amiga da pérola do Atlântico, tentou, ao telefone, auscultar-lhe o estado emocional:
- Então e esse coração?
- Removi-o cirurgicamente.

Do tempo, quando cristaliza

Ele trocava palavras breves com o amigo comum. Alheada da conversa entre os dois, ela olhava em redor. Distraída, voltou a olhá-lo, por acaso: apesar da conversa deles, do alto da sua estatura, os olhos fixos nela.

Crush on you 3

Era um pequeno fraco que tinha por aquela pessoa. E, como era um fraco, a coisa não lhe durou muito.

Desmistificar Copenhaga

- sol (o dinamarquês também bronzeia, e bem)
- simpatia (apesar de civilizados, os dinamarqueses são frios, distantes – e muito pouco pacientes com estrangeiros em geral)
- frio (lá fora, quase não se sente porque é seco; dentro de casa, costuma estar um calor infernal, tudo é aquecido, mesmo no Verão)
- lixo (também o há no chão de uma capital escandinava)
- trânsito (pouco: o desagradável efeito visual e sonoro do trânsito é substituído ou mitigado por milhares de bikes nas ruas)
- comida (hum… eu já tinha mencionado a frugalidade nórdica?...)

Crush on you 2

Ela sabia que ele não sabia que ela sabia. Com esse trunfo na mão, observava-o de longe, discreta e divertida. Tacteava-lhe a consistência, tomava-lhe o pulso, radiografava-lhe a estrutura. Cronometrava-lhe a brevidade do entusiasmo.

Crush on you 1

Não sabia como abordá-la. Ficava intimidado com aquela presença luminosa. Como estratégia de compensação, massacrava-lhe a amiga, involuntariamente convertida em Cyrano de Bergérac via SMS.

Tamanho – uma abordagem empírica

O tamanho é irrelevante. Pertinente, sim, será o diâmetro.

Embaixatriz

Gostava da ideia de que todo o estrangeiro é representante do seu país. Os locais olham-nos como uma amostra do nosso povo, ainda que esteja longe de ser representativa. Enquanto estava nesse papel sentia, portanto, a responsabilidade. Já de volta, sabia que tinha levado a missão diplomática a bom porto.