quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Quem te cortou as asas, paloma?

Uma versão muito diferente da mais comum (destaque para a qualidade das vozes) de um tema tradicional e popular boliviano, tão conhecido por essa América Latina fora.


Música (nitidamente) de intervenção, claro. Gosto da mensagem subliminar.

Dos palomitas, se lamentaban
llorando...

Y una a la otra se consolaban,
diciendo:

Quién te ha cortado tus bellas alas
paloma...

o algún falsario ha sorprendido
tu vuelo

Ay, Ay, Ay... paloma...
o algún falsario ha sorprendido
tu vuelo.

N.º 2 na lista de coisas que não compreendo


Podia confessar aqui que não entendo grande coisa de taxas de Ray Ting, ai espera lá, é rating, afinal não é um sucedâneo da Ray Ban, é outra coisa menos gira, pronto. Mas não. Confesso apenas que o sucesso desta Pippa é uma coisa que não me assiste. E tira-me muitas horas de sono.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

O Benicio del Toro é a versão feia do Brad Pitt




No calor da tarde: a loucura em Estocolmo







Clicar para ver melhor. Fulanas muito bêbedas, que vão fora do carro a gritar, agitando a bandeira sueca. Não sei o que pensar disto. Talvez seja orgulho nacional exacerbado.





Ora, os suecos até são anfitriões de nights relativamente soft, que acabam cedo, mesmo nos bares mais badalados. A questão é que em todos os dias passados em Estocolmo, ao fim da tarde, era a loucura vespertina: camiões cheios de jovens muito alcoolizados, com música aos berros, e a fazerem todo o tipo de disparates, numa espécie de cortejo da Queima em plena Sergels Torg. No entanto, nunca chegámos a perceber que festa era aquela afinal. Alguém que esteja familiarizado com a Suécia poderia ter a gentileza de explicar? Debbie, queres dar uma ajudinha?

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Estilos












Palavra de honra: encontra-se nas ruas de Estocolmo muito mais criatividade, arrojo e estilo na forma de vestir do que nas ruas de Londres, ou mesmo de Paris. Não estou a falar de elegância ou do convencional “bom gosto”. É certo que há ali gostos muito discutíveis, e nada é convencional. Mas nunca tinha visto um tão puro statement, irreverência, e afirmação da identidade pessoal através de roupas e acessórios. Aliás, uma coisa interessante a fazer é a pessoa sentar-se uma tarde, por dez minutos, nas movimentadíssimas Drottninggatan ou Sergels Torg, para se ser brindado com um verdadeiro desfile de moda e de estilos alternativos. Nem de propósito, o Scott do Sartorialist fez há pouco tempo uma série de posts acerca da sua recente passagem por Estocolmo (obviamente com fotos e momentos captados muito melhores que os meus), pelo que vale a pena uma espreitadela ao blog, porque ilustra devidamente este tema.

Skansen

























































































































































Imagine-se uma floresta muito bonita e muito grande numa ilha, para onde foram transladadas, peça por peça até ao mínimo parafuso, várias casas típicas de todos os cantos do país. E que tudo isso forma um enorme museu ao ar livre (o primeiro museu ao ar livre do mundo), que pretende recriar a vida da Suécia rural dos finais do século XIX, com figurantes vestidos à época e a executar actividades desenvolvidas naquele tempo. Figurantes que estão sempre prontos a dar uma explicação histórica sobre tudo o que estamos a ver. Com tudo muito organizado, muito composto e recriado ao ínfimo pormenor, por dentro e por fora das casas, com objectos, quinta com animais, alfaias agrícolas, móveis, máquinas, instrumentos, etc., tudo daquela época. E onde não falta nada: a casa do mestre-escola, a pequena igreja, o posto dos correios, a leitaria, a casa senhorial, a quinta dos camponeses, a loja de tecidos, etc., etc., etc. E aí têm o Skansen, esta pequena maravilha, em Estocolmo.

Veneza portuguesa







Fim de semana em Aveiro. Muito sol, muito perto do mar da Barra e da Costa Nova, e um ar muito fresco, muito típico dali (e alguém a perguntar, ao sair do carro, quem é que pôs o ar condicionado tão frio?). Já há uns bons anos que vou a Aveiro de vez em quando, e vejo como se tornou uma grande cidade, simpática, bonita, organizada, muito dinâmica e bastante desenvolvida, para além de ser um excelente exemplo de bom planeamento urbano e de aproveitamento racional dos melhores recursos de uma terra. Para além de que tem sempre uma boa movida by night. É sempre tão bom dar lá um salto, mesmo aqui ao lado.

Crimes em série



Como sempre, a divulgação das séries da RTP 2 é tão discreta que eu nem dou pelas boas séries começarem. Temos, pois, que andava na mais santa ignorância a respeito da nova da BBC, Emma, tal como andei a ver navios quando deu o Orgulho e Preconceito, A Loja de Antiguidades, a Jane Eyre, etc., etc. Isto não se faz, meus amigos.



Anyway, vi ontem, por pura casualidade, o que eu penso ser o segundo episódio da série. Acho que a Romola Garay está muitíssimo bem, mas não sei se supera a Gwyneth Paltrow no filme homónimo (1996). Bem sei que uma série televisiva não tem o formato nem ritmo do cinema, mas de qualquer forma...


E pronto, fica aqui, definitivamente, vinculada a minha imagem de croma, porque as únicas séries que me fazem deitar-me à impensável hora das 23h30 são as séries de qualidade da BBC, já que os Dexters, e os Losts, e as Glee, que toda a gente acompanha religiosamente, passam-me todos ao lado, motivo pelo qual já sou sobejamente motivo de uma suave chacota no meu grupo de amigos (e não só, porque eles já se encarregaram de divulgar também o facto a desconhecidos).

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Valhelhas, Hong Kong, Budapeste









Nadadores salvadores de Valhelhas,




que são (quase) tão giros como os da Falésia, em Vilamoura




(ou então, não).




Onde fica Valhelhas? Bom. Confesso a minha (anterior) ignorância geográfica. Fica no concelho da Guarda. E, digo-vos, pode não ser o lugar mais fashion ou glamouroso do mundo, podem por ali andar inúmeras opções estéticas muito discutíveis (digamos assim), a Beira Alta pode não ser a minha região preferida, por ser árida e pedregosa, mas posso garantir que gente mais genuína, simpática, franca, simples, generosa, cativante e amável, não há em muito mais lugares na Terra.

E ir à praia fluvial de Valhelhas? Bom. Outra confissão: foi um desafio para mim o confronto com a fauna (humana) local e com o próprio sítio em si (parecia uma experiência sociológica). Mas, com uma boa dose de bom humor e de bons amigos, consegue-se sempre apreciar o que há de melhor (por exemplo, água límpida e translúcida - mas um bocado fria - da muito próxima nascente do Zêzere) e falar da Beira Interior com tanto entusiasmo como falo de Hong Kong ou de Budapeste.

Homens suecos




Obviamente que na Suécia, em termos de beleza, me debrucei muito mais sobre o tema da beleza masculina (mas não me debrucei demasiado, que isto uma pessoa quando se debruça revela o decote e não convém).
Ora, eis um tema que muito me apraz. Pois está claro que na capital sueca houve direito a overdose de gajos bons, que causa uma previsível ressaca quando se aterra de novo em Lisboa, cidade onde há também alguns gajos bons, mas francamente em muito menor quantidade e qualidade. Desta vez, não fotografei suecos à descarada, como fiz em Copenhaga ou em Roma, porque me deu vergonha. (Devo estar a ganhar juízo, ou coisa parecida.)





Nota: atenção, que a beleza dos nórdicos é coisa para apreciar, não necessariamente para provar. É assim uma beleza gourmand, que se aprecia de longe, de muito longe, só com olhos, sem mãos, sem língua, sem nada.


Os Suecos: não é um mito, é mesmo verdade



Apesar de sabermos que a mera menção a “suecos” ou “suecas” é suficiente para activar as glândulas salivares de muito boa gente lusitana por aí, eu (que sou uma autoridade neste assunto, cof cof) confirmo: na Suécia, toda a gente é linda de morrer. Os homens. As mulheres. As crianças. Todos lindos, lindos, lindos. Para além de, na grande generalidade, muito altos e elegantes. Temos, portanto, que a Suécia (à semelhança da Dinamarca e, num registo mais meridional, a insuperável e incomparável Itália) conquistou o prémio “País com Selo de Qualidade Zozô”. Très bien.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Sushi nórdico



Se alguém pensa que são só os japoneses que comem peixe cru, estais muito enganados, minha boa gente. No Vasa Museet (que tem um restaurante muitíssimo simpático e com uma vista muito agradável da ilha de Djurgärden) tive a oportunidade de degustar este prato típico sueco de salmão cru (não é fumado, é mesmo cru), apenas temperado com limão, sal, pimenta e funcho, acompanhado de batatas cozidas com um molho que não consegui decifrar até hoje (mas era bom). E esta que aqui vos escreve garante-vos: soube-me pela vida.

Vasa Museet, na ilha de Djurgärden








Ora bem. Os rapazes costumam gostar deste museu. Não, não vou dizer que tem gajas nuas. Mas tem a segunda coisa que mais capta o interesse dos homens neste mundo, para além do futebol: coisas de guerra.
O Vasa era um navio sueco de guerra do século XVII que se afundou na sua viagem inaugural, em Estocolmo, pouco depois de ter zarpado. (Olha que pouca sorte, caramba, coitados. A parte boa é que não tem o Leonardo di Caprio nem a Kate Winslet pendurados na proa.)
Após vários séculos nas profundezas do mar, foi completamente resgatado à água no século XX, trazido para terra, recuperado e restaurado, e o museu foi construído com todo o seu espólio (desde roupas dos marinheiros a instrumentos de medicina e utensílios de cozinha e muito mais). Aliás, toda a estrutura do museu foi concebida e construída para albergar a própria embarcação, que é enorme. Este museu está classificado como um dos mais interessantes do mundo. Pretty cool.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Sol, calor, calma e felicidade. Caraíbas? Não. Suécia.







Quando faz bom tempo, é Verão, e há muito, muito sol, os suecos conseguem ser um povo afável, muitíssimo educado e simpático (muito diferentes dos dinamarqueses, que me perdoem os vikings). Toda a gente amável. De entre centenas de pessoas, só me cruzei com duas mulheres um pouco menos bem dispostas (e ambas até tinham razão, porque as ciclovias não são lugares para peões, e num museu quando se diz que é proibido fotografar, é porque não se pode mesmo tirar fotos. Confere.).
Dizia eu, toda, mas toda a gente simpática, educada e agradável, sem nada de manifestações exuberantes, é claro. Sempre prestáveis, sempre com um sorriso, sempre dispostos a ajudar com gentileza. Nos cafés. Nos barcos. Nas ruas. Nas bilheteiras. Em locais culturais ou turísticos.
Pode ser ingenuidade, superficialidade ou uma impressão (obviamente) repassada de subjectividade, mas fiquei com a sensação de que as pessoas ali devem ser felizes. Pelo menos, felizes quando a um excelente nível de vida se alia um sol deslumbrante.

(Disse-me um rapaz sueco que era muito raro fazer assim tanto calor em Estocolmo. Simplesmente espectacular.)

Estocolmo, 30 graus

Uma das muitas ilhas à volta de Estocolmo, vista do barco que se apanha para a ilha de Lovön.

(Como se pode ver, as pessoas estão... na praia!)






In Here It's Always Friday, um bar em Stureplan (só o nome já nos põe bem dispostos, adorei.)



Stureplan



(Um monumento visto do terraço do Palácio Real, do lado de Gamla Stan,


a parte antiga da cidade, também situada numa ilha.)




Aterra uma pessoa em Arlanda com gabardine, écharpe e botins, salvaguardando-se da hipótese de um maravilhoso friozinho de Verão nórdico, e, afinal, está um calor dos trópicos. O piloto anuncia que estão 30 graus pouco antes da aterragem, e uma pessoa fica em êxtase. (Um êxtase controlado, é óbvio, porque, afinal, estamos no meio de nórdicos, e os nórdicos não se extasiam por dá cá aquela palha, nem que chovessem notas de 1000 coroas.)
Bom. De modo que a Suécia, enquanto lá estive, foi um pequeno paraíso: tudo o que podemos esperar da civilização, educação e organização de um país nórdico, com um sol e um calor verdadeiramente mediterrânicos. É ou não é o Éden? É, pois.