quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Les uns et les autres





Há dois tipos de pessoas. As que enfrentaram sinuosidades diversas por causa de outros, e aquelas abençoadas que, felizmente, tiveram percursos afectivos aplanados, pulcros, pouco acidentados. Estas últimas são insípidas, ao passo que aquelas outras têm sempre mais textura, mais densidade, são mais tangíveis e mais reais.

9 comentários:

  1. Não sei se concordo contigo... aliás tenho de discordar. Entendo que te atraia mais gente marcada por passados mais vividos. Mas a verdade é que a cada etapa mais difícil porque passamos criamos mais defesas.

    COstumo dizer a um amigo meu que os bons rapazes lixam-se sempre. Mas a verdade é que eu também preciso do meu tempo para voltar a ser um bom rapaz e para que uma mulher me consiga afectar. Nos tempos intermédios, em que não estou com paciência, não quero fazer qualquer tipo de força, para seja o que for resultar, nesses momentos, sou tudo menos bom rapaz. E sou um tipo mais visivelmente marcado. Nessas alturas não sou nem real, nem muito menos tangível. Tudo menos tangível.

    Depois calha-me no destino, talvez a todos... que quando estou bem e resolvi os meus fantasmas, que eu sou bem capaz disso, torno-me num bom rapaz e caio interessado por uma mulher que logo à partida se evidenciou como uma mulher marcada, a precisar de ajuda, com traumas por resolver, que eu acho que consigo resolver com ela. Esperemos que um dia eu consiga. Senão este engodo vai demorar mais tempo a virar frango.

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  2. Outro dia li num jornal ou revista qualquer alguém dizer que há dois tipos de pessoas: as que dividem as pessoas em dois tipos e as outras. Acho que o homem que escreveu o artigo não percebeu que ele próprio estava a dividir as pessoas em dois tipos, mas não é sobre isso que quero falar. O que quero dizer é que a maioria das pessoas (pelo menos as que eu conheço; vou deixar em aberto a minha posição...) tiveram, têm e vão ter percursos afectivos sinuosos mas não é 'por causa de outros'; é precisamente devido a elas próprias e, curiosamente, são raras as que percebem isso.

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  3. Miguelito, a questão é que, com a "pátina" do tempo, das várias experiências boas e más e das dificuldades, as pessoas tornam-se mais "densas". Sim, muito mais defensivas, também, claro.
    Mas depois chega uma altura em que, como tu próprio dizes, nos sentimos prontos para outra, prontos para largar um pouco as defesas.
    E é aí, quando esse momento chega e com a bagagem que já tens para trás, que sabes gerir melhor as coisas, sabes enfrentar as coisas com outra maturidade, e sobretudo com outra tranquilidade (mas atenção, isto leva tempo, até pode levar uma vida inteira a conseguir-se...). E com um pouco de sorte, na altura certa, a outra pessoa (se eventualmente tiver passado por um processo destes), saberá reconhecer, compreender e apreciar essa "densidade". E não tenhas dúvidas que pessoas assim são muitíssimo mais interessantes. :)

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  4. pm,
    eu sou uma dessas pessoas que gosta muito de dividir as pessoas. ;)
    Olha aqui mais uma das minhas polarizações: há dois tipos de pessoas: há, essencialmente, as pessoas que se acomodam e há as pessoas que não se acomodam. (A questão resume-se muito a isto.)
    E é claro que estas últimas têm percursos muito mais sinuosos que as outras. E, sim, deve ser por causa delas próprias, na maior parte das vezes. Mas o que é que se há-de fazer? É só escolher em que lado da trincheira se quer estar, com vantangens e desvantagens para ambos os casos. É só escolher. :)

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  5. pessoal, eu sei que as coisas que nos fazem custam a passar. demasiado. mas a verdade é que também são essas coisas que nos tornam mais capazes de enfrentar a vida. eu gostava, mesmo muito, que a dor passasse mais depressa. não passa e faz-me erguer as barreiras. mas a verdade, é que de cada vez que passa, fico mais madura, mais forte, mais mulher.

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  6. E se eventualmente não passar, Carol, aprende-se a viver com isso. E também isso torna a pessoa mais forte.
    Bjnhs :)

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  7. Eu cá acho que as pessoas têm todas capacidade para enfrentar os problemas, a diferença está na vontade em fazê-lo: quem não quer desiste, quem quer vai em frente e resolve-os de uma maneira ou de outra.
    Força todos nós a temos, mas uns querem e sabem usá-la, outros não.

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  8. andorinha voa-voa, de acordo: cf. minha penúltima resposta, acima. ;)

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