Algumas amigas minhas (muito poucas ainda) começaram a procriar. E, concomitantemente, também a amamentar. [Pausa dramática.]
Posto isto, lá chegou o dia em que tive de ouvir delas, na primeira pessoa, histórias dessa odisseia maravilhosa que é o processo de amamentação. Como tal, tenho assistido a relatos de delícias múltiplas acerca da transcendental ligação mãe-filho, mas infelizmente também ando a assistir a um cenário mais sangrento que o da 2ª Guerra Mundial. É que aquelas encantadoras histórias são paralelas a narrações sangrentas de mamilos mordidos, gretados, ensanguentados, obstruídos, com pus, em chaga, e ainda caídos. Leram bem, mamilos caídos, despregados do sítio original, como um fruto maduro que caíu da árvore, com a diferença que não é sumarento e doce, mas sim sanguinolento e amargo, resultante de uma ferida.
Ora bem. Isto também estaria tudo muito bem, porque isto é uma coisa que lhes acontece a elas, às minhas amigas, e é uma cena que não me assiste a mim. Infelizmente, deixa-me muito impressionada, e, para grande perplexidade minha, todos estes relatos são algo contraditórios porque, por um lado, há muitas delícias e por outro há demasiado sangue e dor e pus, que são coisas a modos que pouco deliciosas. E no meio de tudo isto, as minhas amigas tentam ter um discurso convincente, que ter os mamilos naquele estado deplorável é uma alegria muito grande, e eu sempre muito perplexa e a só querer os meus no sítio certo, intactos e de preferência suaves ao toque, e não louca de alegria com a possibilidade de hipotecar a delicada integridade deles às mãos (ou à boca) de neófitos inclementes.
E pronto, hoje é só isto, minha gente. Estou muito impressionada, e espero ter-vos impressionado também, porque eu cá não gosto de sofrer sozinha. Vão pela sombra.
Posto isto, lá chegou o dia em que tive de ouvir delas, na primeira pessoa, histórias dessa odisseia maravilhosa que é o processo de amamentação. Como tal, tenho assistido a relatos de delícias múltiplas acerca da transcendental ligação mãe-filho, mas infelizmente também ando a assistir a um cenário mais sangrento que o da 2ª Guerra Mundial. É que aquelas encantadoras histórias são paralelas a narrações sangrentas de mamilos mordidos, gretados, ensanguentados, obstruídos, com pus, em chaga, e ainda caídos. Leram bem, mamilos caídos, despregados do sítio original, como um fruto maduro que caíu da árvore, com a diferença que não é sumarento e doce, mas sim sanguinolento e amargo, resultante de uma ferida.
Ora bem. Isto também estaria tudo muito bem, porque isto é uma coisa que lhes acontece a elas, às minhas amigas, e é uma cena que não me assiste a mim. Infelizmente, deixa-me muito impressionada, e, para grande perplexidade minha, todos estes relatos são algo contraditórios porque, por um lado, há muitas delícias e por outro há demasiado sangue e dor e pus, que são coisas a modos que pouco deliciosas. E no meio de tudo isto, as minhas amigas tentam ter um discurso convincente, que ter os mamilos naquele estado deplorável é uma alegria muito grande, e eu sempre muito perplexa e a só querer os meus no sítio certo, intactos e de preferência suaves ao toque, e não louca de alegria com a possibilidade de hipotecar a delicada integridade deles às mãos (ou à boca) de neófitos inclementes.
E pronto, hoje é só isto, minha gente. Estou muito impressionada, e espero ter-vos impressionado também, porque eu cá não gosto de sofrer sozinha. Vão pela sombra.
Errr.
ResponderEliminarSou visitante habitual, sem comentar. Mas este post deixou-me deveras desconfortável. Já fui mãe, a amamentação correu lindamente, vou sê-lo novamente em breve e tenciono voltar a amamentar. No entanto, não sou fundamentalista acerca do assunto, cada mãe sabe de si, sobretudo depois de ler este filme de terror de que nunca tinha ouvido falar. Acho que nenhuma boa intenção prevalece sobre o sofrimento e mau-estar. Dar o peito deve ser, acima de tudo, prazeiroso para os dois. Or else, há o biberão.
(bem, ainda estou arrepiada! :(((
E conseguiste muito bem. Neste momento em que acabei de ler o texto, não estás a sofrer sozinha
ResponderEliminarBrisa, muito obrigada pelo seu comentário, venham mais :)
ResponderEliminarMas atenção. Obviamente, e como em tudo na vida, há todo o tipo de experiências, somos todos diferentes, e acredito que na amamentação (embora eu seja completamente leiga nestes assuntos) se passe o mesmo. Este é apenas um lado um pouco mais cru e menos fantasiado do processo, que eu quis evidenciar por ser totalmente diferente daquele que nos tentam passar nos filmes, por exemplo. Acontece a algumas pessoas, não a todas, e a Brisa é o próprio exemplo disso, felizmente.
Felicidades para si e... para quem vem a caminho ;)
Beatrix, eu precisava tanto desta catarse! ;) Mas realmente esqueci-me de alertar para o facto de este post ser pouco recomendável a quem ainda não teve filhos... (tal como eu própria):D
ResponderEliminaryou are not alone. ando igual com a descriçoes (nao só dessa parte, mas de outras igualmente agradáveis). e o meu relógio biológico anda cada vez mais atrasado.
ResponderEliminar(elas a contarem e eu a achar tudo um horror, mas a ter de disfarçar. mau, muito mau. depois tenho as outras, as cabras insensíveis, com filhos tao ou mais rechonchudos, que preferiram nao passar por isso e ainda dormem noites inteiras desde muito mais cedo)
este é so pq me esqueci de subscrever
ResponderEliminarLuna, miúda, tu estás aqui, pá (olha eu a apontar pr'ó coração) :D
ResponderEliminarE as descrições dos partos?! Credo.
Por acaso focaste uma questão que sempre me intrigou: por alguma coincidência maquiavélica da Mãe Natureza, as minhas amigas que mais sofrem com partos, noites mal dormidas, etc. são aquelas que me parecem ter uma queda natural para serem muito boas mães. Fico com imensa pena. As outras, que não se preocupam com nada e deixam andar (ou passam a batata quente aos maridos) são as que têm crianças que menos trabalho dão. Coincidências do caraças.
Bjnhs :)
Zozô: exacto, e acho que tem a ver com o facto das muito maternais quererem ser perfeitas, insistirem em amamentar e assim. Duas amigas minhas os bebés nao pegaram na mama imediatamente, e em vez de insistirem decidiram simplesmente nao amamentar, pronto, o que lhes dá logo a vantagem de poderem dividir os biberons com o pai.
ResponderEliminarClaro que se sabe que é melhor para o bebé mamar, mas nao morrem se nao o fizerem.
Sim, o perfeccionismo traz muita ansiedade (na maternidade e em muitas outras coisas) e complica tudo, é uma grande verdade.
ResponderEliminarSim esses temas são soberbos, tb já desbundei umas qts conversas desta. E p nós, q ainda n somos mães, deverei dizer, que há certos comentários q só fazem retardar, ainda mais, a minha vontade de ter crias...
ResponderEliminarMalta, há coisas q uma pessoa n necessita de saber até passar por elas, ok!
Já p n falar q eu quero acreditar (embora cada vez tenha mais reservas sobre isso) que a maternidade não nos torna acéfalas, pelo q há todo um conjunto de coisas mto mais interessantes p falar, até mm algumas q envolvem as ditas crias...
Ui! Esquece, Me! A partir do momento em que são mães, 90% das mulheres só falam disso a toda a hora, pelo menos, durante os primeiros dois ou três anos, dependendo do ataque de mãezite.
ResponderEliminarMas é isso: que parem de aterrorizar quem ainda não passou por isto!
Só três palavritas: medo, muito medo!
ResponderEliminarNa mouche, Marta
ResponderEliminar:)
Chegarás ao patamar cimeiro do filme de terror, quando te aproximares a passos largos dos 40, tiveres um namorado com o relógio biológico aos saltos e tu com vontade de esperar mais 10 anos (mas obviamente não podes). E aí, quando as tuas amigas começarem a falar dos partos delas (sim, elas TODAS já procriaram), vais ter vontade de lhes esmurrar as fuças e gritar que o parto não é a coisa mais linda e maravilhosa da vida!
ResponderEliminar(pareço nervosa?! nãoooo!)
Ok... inspira, expira... :) Estamos todas nesse barco, mais tarde ou mais cedo! Mas cada um tem o seu ritmo próprio e as suas próprias experiências de vida. Portanto, o que vale para um, não vale, necessariamente, para os outros. O fundamental é só assumirmos responsabilidades quando estivermos re-al-me-nte preparados para tal.
ResponderEliminarBjnhs, Julie :)
preciso de um estudo sobre a relação entre a opção de não procriar e o arrependimento (uma estatística vá)
ResponderEliminarBeatrix,
ResponderEliminarjá eu precisava desse estudo e de um outro, fidedigno, sobre as faixas etárias em que se tem filhos...