segunda-feira, 31 de maio de 2010
Expiação
Li, há uns anos, de um fôlego só, o livro do Ian McEwan (Comprei-o num impulso pueril por causa da epígrafe, com uma citação de Northanger Abbey, da minha Jane Austen.)
Anyway. Uma escrita sempre forte, sem perder o ritmo narrativo, que impele para os ambientes que constituem o cenário (tantas vezes sufocante de privação de liberdade ou esmagador de remorso) das personagens, e que provoca sensações físicas semelhantes às delas (a fome durante um contexto bélico-militar, a libido de um encontro íntimo, a tensão latente num dia quente de Verão).
Acima de tudo, é muito Virginia Woolf, pela densidade psicológica com que acompanha e descreve o curso solto dos pensamentos, associações de ideias, angústias e conflitos interiores das personagens.
No filme, de 2007, a reter: a interpretação exímia do jovem (escocês, claro) James McAvoy e aquele vestido.
Ai, aquele vestido. Aquele vestido é O Vestido.
domingo, 30 de maio de 2010
Não era à toa que ser pitonisa, no Império Romano, era um bom emprego
No extremo oeste da península ibérica, "há um povo que não se governa nem se deixa governar".
Hoje apetecia-me voltar a (Bratislava)
Eu, que me esforço tanto para que a minha vida não tenha piada nenhuma
Todos os dias me cruzo, pessoalmente, com palhaços.
Sabes que a vida te tem castigado um bocadinho quando
nem nos próprios sonhos consegues recriar um cenário perfeito.
sábado, 29 de maio de 2010
sexta-feira, 28 de maio de 2010
A nobre ciência de Keynes e Schumpeter
Não é uma questão conjuntural nem estrutural. É só momentâneo. Gosto de ver e ouvir um homem atraente a falar de ciclos de Kondratief.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Pin-up
Em busca do tempo perdido
Ando sistematicamente a adiar ler Proust, com o subterfúgio de que não tenho tempo, e ando a recuperar aquele que perdi.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Hoje apetecia-me voltar a (Florença)
terça-feira, 25 de maio de 2010
segunda-feira, 24 de maio de 2010
O tipo ideal
O "tipo ideal", para o clássico da sociologia Max Weber, era um puro instrumento de análise, sem correspondência com a realidade, um ponto de partida para a construção de tipologias no estudo de grandes conceitos abstractos.
Weber era sábio. Para uma rapariga, o "tipo ideal" também nunca corresponde à realidade.
Marcar território
Por vezes, são ferozes os fenómenos de territorialidade entre homens.
É difícil para uma rapariga ver-se surpreendida no meio deles (dos fenómenos, quero eu dizer).
É difícil para uma rapariga ver-se surpreendida no meio deles (dos fenómenos, quero eu dizer).
domingo, 23 de maio de 2010
Meninas Exemplares (IX)
Não hierarquizam os rapazes que frequentam o mesmo ginásio num sistema complexo de classificação de 0 a 100.
Meninas Exemplares (V)*
Não fazem olhinhos ao condutor de trás pelo espelho retrovisor.
(*O regresso ao clássico da Condessa de Ségur - com adaptação aos tempos modernos.)
(*O regresso ao clássico da Condessa de Ségur - com adaptação aos tempos modernos.)
sábado, 22 de maio de 2010
Inversão
Acho que o mais acertado era inverter-se o que John F. Kennedy dizia em relação ao que o País pode fazer por nós, e aplicar isso a essa estupidez que agora se inventou da Sagres Zero promover o "O que é que fazias pela nossa Selecção?".
Temos que perguntar é o que é que a Selecção vai fazer por nós, e não o contrário. Nem que seja pelas quantias exorbitantes com que se paga aos jogadores.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Camaleão
Confesso que invejo as pessoas que têm posições políticas claras e definidas. Quase desejava, nesse sentido, ter uma visão maniqueísta do espectro político. Era redutor, mas simples. Algo que me ajudasse: ou carne ou peixe.
Mas não consigo. Vejo razões e virtudes em todos. E há erros e incongruências em todos. O que é um bocado desesperante.
Mas não consigo. Vejo razões e virtudes em todos. E há erros e incongruências em todos. O que é um bocado desesperante.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Procrastinação
- (...) E tu és linda.
(pausa dramática)
- Dizes isso a todas - respondeu, prosaica. E voltou-lhe as costas.
(pausa dramática)
- Dizes isso a todas - respondeu, prosaica. E voltou-lhe as costas.
Mas do que eu gosto mesmo é de darwinismo social
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Heart of glass
O meu coração também é de vidro.
Mas não esqueçamos que o vidro, antes de solidificar, já foi matéria derretida quando submetida a elevadas temperaturas.
terça-feira, 18 de maio de 2010
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Uma casa em Teerão
Quando já se tem Iranianos conhecidos, pode-se finalmente começar a planear a concretização de um estranho sonho de ir à antiga Pérsia.
Agora só resta esperar que o regime dos Ayatollahs acabe de vez, para evitar acabar presa, sei lá, por mostrar um milímetro de pele das mãos ou outra loucura assim parecida.
domingo, 16 de maio de 2010
Ah, sim. Eu bati no fundo.
sábado, 15 de maio de 2010
sexta-feira, 14 de maio de 2010
A sofrer, desde 1929
Não há modelos sócio-económicos perfeitos, nem há sistemas eternos, isso toda a gente sabe. Agora temos este, há uns séculos, e temos que lhe suportar os defeitos e as birras. Que é como quem diz, as crises cíclicas. Até ao "colapso final" que alguns andam a agoirar há tanto tempo, mas que ainda assim não se concretizou. (Lixaram-se, a utopia socialista expirou muito antes.) E desde o grande crash da 5ª Feira Negra quem se trama sempre é o trabalhador por conta de outrem, meus amigos. Faz lembrar o Azeite Gallo.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Do oficial e do oficioso
Elisabeth da Áustria, também conhecida por Sissi, foi uma vez a um baile de máscaras em Viena, incógnita. Tinha trinta e seis anos e era casada há vinte com o Imperador Franz Joseph. Nesse baile, conheceu um jovem funcionário da Corte, dez anos mais novo, com quem dançou algumas valsas, mas a quem nunca deu a conhecer a sua verdadeira identidade. Nunca mais se encontraram, mas durante vários anos mantiveram uma romântica correspondência secreta. Ele só soube da verdade muito tempo mais tarde, muito depois de ela ter sido assassinada na Suíça por um anarquista italiano.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
terça-feira, 11 de maio de 2010
O país de que toda a gente fala
Percorrer o labirinto do bairro Anafiotika, subir ao Monte Lycavittus, passear na Praça Syntagma, explorar Monastikari, ir até ao Keramikos, e à Platia Omonia também, descobrir a boa surpresa do Museu da Acrópole, posar para a foto em frente às Cariátides do Erecteion, apreciar o templo de Zeus, deambular pelas ágoras romana e grega, descer o Aerópago, perder-se na Plaka, sempre, sempre, com o raio desta musiquinha a soar na cabeça.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
O Samuel Beckett é uma maçada
O dramaturgo irlandês conforta-nos com o seu Ever tried/ever failed/no matter/try again/fail again/ fail better, e isto é tudo muito lindo, muito apaziguante, muito humano, muito processo construtivo de aprendizagem, e até vem estampado em t-shirts da Zara e tudo, mas, na verdade, é filosofia de perdedores.
Porque eu estou um bocado farta de derrotas e sou impaciente e queria era sentir o sabor doce da vitória. Já.
sexta-feira, 7 de maio de 2010
A vida tem muito mais imaginação que nós
Edgar Dégas (1834-1917)
Quem, a um dado momento, passa a dedicar-se à dança (tal como a um desporto), sabe que ela materializa na nossa vida uma busca de evasão, de um espaço/tempo em que se foge à disciplina imposta do dia a dia, em que o corpo (espartilhado por regras sociais e rigidez auto-imposta) se solta, ganha flexibilidade, movimento, ritmo, liberdade, improviso.
Inaugura-se uma nova relação com o corpo, ganha-se (ou recupera-se) a consciência dele, a exposição física dá o mote e a expressão corporal dita as regras.
A vida nunca se cansa de nos trazer supresas, por mais tempo que passe.
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Solidez
A actriz Maria Luísa Mendonça deu há muitos, muitos anos uma entrevista, da qual nunca me esqueci desta frase simples: "A minha filha estrutura-me".
De facto, as pessoas muito importantes na nossa vida reflectem essa imagem de solidez, de sustentáculo, de perenidade: uma estrutura, um alicerçe, um pilar, uma âncora.
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Muito barulho por nada
Já li (finalmente, e depois de toda a gente, claro).
Transbordante de ironia. E pouco mais. Foi só pegar simplesmente nas histórias do Antigo Testamento mais polémicas, picantes ou que chocam o actual sistema de valores, e vá de impregná-las de ironia e alguma imaginação. Não percebo qual foi o motivo de tanta polémica na altura.
terça-feira, 4 de maio de 2010
Amigos, amigos, políticas sociais à parte
Fui jantar com um amigo, e, casualmente, a conversa desemboca sobre opiniões políticas e sociais. Ele sabe que eu sou de esquerda e mais liberal em muitas questões, eu sei que ele é mais conservador no acto eleitoral e que se identifica com a direita.
No final do jantar, porém, constatamos que é ele afinal quem defende o Rendimento Social de Inserção e que sou eu que defendo a esterilização compulsiva de determinadas minorias étnicas que vivem à custa de subsídios, exigem direitos de cidadania mas não cumprem com os seus deveres. (eu, e as minhas posições muito éticas, nada polémicas e nada radicais).
segunda-feira, 3 de maio de 2010
domingo, 2 de maio de 2010
Papéis "secundários"
A parte boa de se estar doente dois dias em casa é podermos actualizar a nossa cinefilia, entre a toma de um antibiótico e a seguinte. Vi (finalmente) An Education (2009).
Para além do bom exercício de reflexão e rectrospectivo sobre o papel da Mulher na sociedade e isso tudo que já sabemos e que outras pessoas são capazes de escrever melhor do que eu, o que me surpreendeu (bom, não muito) foi a qualidade do elenco de suporte às duas personagens principais.
Dominic Cooper (giro, além do resto), Emma Thompson (claro), Olivia Williams, Alfred Molina e Rosamund Pike, todas óptimas interpretações, sim senhor.
sábado, 1 de maio de 2010
Britishness #3
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