Esta invasão de turistas e viajantes brasileiros pela Europa deixa-me muito aturdida. Por um lado, impressiona-me muito como para eles conhecer o Velho Continente é brincadeira de miúdos. Percorrer dois mil quilómetros em três dias é canja. Passam por dez países num mês, e comem trajectos de Madrid a Vladivostock aopequeno-almoço (perdão, "tomando café da manhã").
Por outro lado, se há uns dez anos a sua presença parecia-me pouco mais que residual, agora vêm em barda, em hordas, aos magotes, em todo o lado. Suspeito levemente que estarão, em segredo, a planear uma vaga de colonização.
Até aqui, tudo bem. Mas quando estamos habituados a estar num país estrangeiro e a falar em português relativamente à vontade (leia-se gozar com quem me apetecesse e, eufemisticamente, soltar algumas palavras feias), ficamos com pena que este idílico cenário de livre expressão seja cada vez mais impossível.
É que uma pessoa vai descansada na sua vida, nos arredores do Rijksmuseum, mas ouve: "Paulão, álá o bondinho que tá vindo!", subimos o Monte Aerópago e somos bombardeados com "Nossa, tá vendo a Acrópole que bonitinha?", descansamos numa esplanada noNihavn e ouvimos ao lado "Pô cara, esses caras não sabem fazer comida,não!", descemos a escadaria do Sacré Coeur e somos assaltados com: "Vovó, não me vai cair dessas escadas, viu?".
Enfim. Tenho de passar a ter mais cuidado quando falo fora de Portugal. Mas antes os omnipresentes brasileiros que a gutural gritaria dos espanhóis.
É mesmo verdade isso. Pensei o mesmo em Londres a semana passada, só se ouvia brasileiro por todo o lado. Para não dizer que uma vez numa mesa de café na Bélgica fartei-me de falar com a naturalidade do ninguén nos percebe e no final o brazuca da mesa ao lado veio meter conversa, fiquei para morrer.
ResponderEliminarPrefiro dez brasileiros de viagem a UM espanhol!
ResponderEliminarE o que tu dizes sobre quando viajas, replica para quando vives fora...já não se pode falar mal de ninguém no tram, é o que é!
Eunice,
ResponderEliminartambém me aconteceu... :)
Andorinha,
ResponderEliminarpois, há uns 500 mil tugas e brasileiros, etc aí, certo? ;)
Tudo o que é homossexual brasileiro: tá cá!
ResponderEliminarEh pá... isso, por vezes, será uma dupla histeria... :)
ResponderEliminarAinda este fim de semana fui aos anos duma amiga cuja % de amigos gays deve rondar os 90%, e alguns deles não só são gays, como são...bastante gays, if know what I mean. E olha que as bichas Tugas faziam mais alarido que as Brasileiras, mas todas juntas faziam uma multidão :D Foi giro, a sério. O meu remark assim sozinho parece homofóbico, mas não era a intenção de todo. É que os brasileiros que cá estão não são do mesmo tipo que vai pra Portugal (normalmente, não estereotipando, vá!). Um Brasileiro pra viver na Holanda legalmente tem que passar no exame de integração no qual é exigido que falem minimamente holandês. Aqui dificilmente trabalham sem contrato, não é como em PT, logo eles têm de ter ambas as coisas: emprego holandês, falar e ter documentos holandeses e isso exige mta força de vontade, mtooo esforço (mental/cerebral), e só por algo mto maior que eles é que conseguem ficar aqui na terra onde estão -20 graus do que no Brasil. Como a Holanda é CONSIDERADA mto liberal e aqui podem andar mais livremente, podem casar, podem ser eles próprios, a % de gays Brasileiros em Amesterdão (não é na Holanda, é na cidade...) é bem grande.
ResponderEliminarPronto, já me estiquei outra vez! :D beijinhos!
Esticaste nada, linda :) Falas em muitos aspectos que "desmistificam" um bocado as ideias que se formam em relação à Holanda e aos holandeses, às mentalidades, etc. Gosto sempre de saber esses aspectos sociológicos :)
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