Acho piada às ironias da vida. (Enfim, acho piada quando elas não me irritam.) Sabem? Como quando queremos muito que uma coisa aconteça num dado momento, passamos por muito para a conseguir e ela não acontece. E depois, quando já arranjámos outra alternativa, ela acaba por acontecer mesmo, totalmente extemporânea, talvez até desnecessária ou dispensável.
Ou não. Em alguns casos pode ainda ter aquele sabor a bónus adicional. Como o Anthony Patch e a Gloria Gilbert, em Belos e Malditos, quando finalmente ganharam o processo legal e ficaram milionários com o dinheiro do avô Patch da Cruz. Mas aí já era um pouco tarde, já Antonhy e Gloria tinham atravessado todo o galopante processo de decadência, já os amigos os haviam abandonado, e Anthony, numa espiral crescente de loucura, desespero e alcoolismo, já havia assassinado Dorothy. A fortuna veio, ironicamente, no clímax do desespero. E assim despachou o jovem casal desgastado num navio para Itália, onde os esperava a reforma dourada. Foi um dos casos em que terá valido passar por tudo, antes do irónico remate final. Mas a que preço?
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