segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Sou mãe

Se há coisa que me põe fora de mim, que me dá náuseas e me põe verdadeiramente doente, são as mulheres que, sendo domésticas por opção ou por falta de oportunidade ou por preguiça ou burrice, respondem "Sou mãe...!" quando lhes perguntam o que fazem profissionalmente. Sendo tiazorras benzocas ou comuns mortais anónimas, já podiam deixar de usar essa frase infeliz, que, assim de repente, parece uma justificação meio embaraçada, uma qualquer validação forçada para o facto de não estarem inseridas no mercado de trabalho.  Que assumam de uma vez por todas que não querem trabalhar, ou que não são capazes, ou que não precisam, mas deixem a condição de mãe fora dos seus argumentos justificativos. Como se as outras, as mães que querem ou têm mesmo de trabalhar, e que enfrentam a dupla jornada de trabalho toda a vida, com ou sem opção, também não fossem mães, ou fossem menos mães por isso.

4 comentários:

  1. Clap! clap! clap!

    Isto sou eu a bater palmas... :)
    E quando dizem assim: sou mãe a tempo inteiro.
    ahahahah!
    Só me apetece dizer que as que trabalham devem ser mães a part-time.

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  2. Pois, é o que me parece: são desculpas.

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  3. Eu costumo dizer que sou electrodoméstica com um sorriso rasgado na cara. Assumidíssima ou assumidérrima - riscar o que não interessa. E, não, não tenho filhos, (2 gatos contam?).
    Aconteceu, em parte, porque é difícil arranjar emprego ( e não trabalho) na área em que me formei... Mas confesso que nunca desejei ter um emprego... (e confessar algo assim nos dias que correm é quase um crime). Faço trabalho voluntário, "electrodomestico", "apago fogos" à família sem tempo e assoberbada e ainda leio, passeio e mando umas quecas sem fazer bebés :p

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