sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O Verão segundo Slim Aarons (6)

To love is to suffer

"Natasha, to love is to suffer. To avoid suffering, one must not love. But, then one suffers from not loving. Therefore, to love is to suffer, not to love is to suffer, to suffer is to suffer. To be happy is to love, to be happy, then, is to suffer, but suffering makes one unhappy, therefore, to be unhappy one must love, or love to suffer, or suffer from too much happiness - I hope you're getting this down." Woody Allen, Love and Death (1975)

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Qualidade de vida

Muito me admira as pessoas que, durante o resto do ano, refilam tanto por terem que passar horas nas filas das Finanças. Mas afinal essas mesmas pessoas passam, de bom grado, horas à espera de lugar para estacionar o carro numa qualquer praia em Agosto, seja em Porto Côvo, em Albufeira ou em Carcavelos. Ou passam, de bom grado, horas à espera de vez na loja da Nespresso (essa porcaria de moda que se inventou para prender em casa as pessoas que podiam tomar café numa esplanada). As pessoas até podiam ter qualidade de vida. Mas inconscientemente escolhem não tê-la.

Homo homini lupus

Uma pessoa que pretenda estar (minimamente) atenta à actualidade nacional e internacional, depressa cai ou numa indiferença assustadora, pela força do hábito, ou então num choque permanente, que se vai convertendo numa sensação de peso do Mundo carregado às costas. Morreu mais uma bombeira nos incêndios florestais que se repetem todos os anos. Tinha 21 anos. As contas apresentadas ao FMI afinal estavam... "mal calculadas" (hã hã). Na Síria, anda um louco a matar o seu próprio povo com armas químicas. Provavelmente Tito Plauto estará mais actual que nunca.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Italiano sobre italiano



Bianca Brandolini, casual, e em Dolce e Gabbana.
Esta senhora tem muito estilo (pudera, duplamente italiano).

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

O Verão segundo Slim Aarons (5)


O (outro) Capitão Wentworth

Acho que eu era a última pessoa que ainda andava em negação sobre este assunto, mas agora está mesmo confirmado pelo próprio: é gay. Um colega meu mostrou-me a notícia com o sorrisinho malicioso de inveja com que todo o homem feio brinda este tipo de revelações acerca de homens bonitos. Snif.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A (nem sempre fácil) virtude (da amizade)

O Easy Virtue, é, provavelmente, um dos filmes mais entediantes, monótonos e desinteressantes de todos os tempos (a Jessica Biel queixa-se de ter poucas oportunidades na carreira, e realmente aqui está bem patente essa triste realidade). Se levarmos meia dúzia de amigos a vê-lo (como eu insisti em fazê-lo, eu e a minha mania dos filmes de época), podem ter a certeza de que será um bom indicador da paciência e fidelidade desses amigos. Os meus, nesse dia, foram testados até ao limite, mas superaram a prova. Aparentemente, tenho excelentes amigos. Tanto, que este filme tornou-se uma espécie de anedota familiar, que conservámos até hoje.

As voltas que a vida dá

Na vida (como na ficção) não gosto de histórias lineares, boy meets girl-get married-have kids. São muito bonitinhas, mas são emocionalmente pobrezinhas. E há quase sempre qualquer coisa de monótono e de conformista nesses percursos. Gosto de histórias intrincadas, onde há inesperados encontros e inevitáveis desencontros. Onde o correr do tempo e as múltiplas experiências temperam e redimensionam os sentimentos e as perspectivas. E onde se abre, afinal, caminhos para imprevisíveis reencontros. Histórias assim. Tipo Pip e Estella. Mas, claro, em Dickens, com um bocadinho de sofrimento e muitas reviravoltas pelo meio, as coisas acabam quase sempre bem.

Jeremy Irvine e Holliday Grainger, em "Great Expectations" (2012), de Stephen Chbosky.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Sazonalidade



Os Invernos


Os Verões

Verão


Um som: o das cigarras, a meio do dia.
Um sabor: o do peixe grelhado, com muito azeite.
Uma sensação: o calor do sol na pele.
Um cheiro: o dos pinheiros (e, inevitavelmente, o do protector solar, que nos precede, como uma sombra).
Uma cor: a do mar (claro).

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Un autre été


Gainsbourg e Birkin, em Cannes.
Gosto particularmente da forma como a leveza (e alvura) dela dominam toda a imagem, o modo como centraliza, com toda a naturalidade, as atenções de todos. E gosto, claro, do olhar de velho babado do Serge. A maturidade cansada, e algo vergada, simultaneamente hipnotizada e embevecida diante da graciosidade ofuscante da juventude.

Decadência




"Night train to Lisbon" (2013), com Jeremy Irons, Beatriz Batarda, Bruno Ganz e Nicolau Breyner.
Li uma vez um livro de um autor americano, onde, a certa altura, se mencionava Lisboa (coisa rara, por isso é que recordo). E o autor referia-se a Lisboa utilizando a palavra "decadência". Lisboa era uma cidade europeia que tinha um ar de decadência. Acho que até ia mais longe, falava numa certa decadência aristocrática. Ainda assim, era de decadência que se falava. A propósito de Lisboa, tal como disse. Fiquei surpreendida, porque eu própria costumava estabelecer essa associação mas com cidades como Budapeste, quando lá fui pela primeira vez.
Ao ver este filme "Night Train to Lisbon", fico com a mesma sensação. Aos olhos de quem vem de fora, Lisboa é uma cidade decadente. Estagnada, velha, melancólica, anacrónica, indolente, "Lisboa espreguiça-se ao sol", como dizia o grande Eça. Fico aborrecida, porque não me parece que isto corresponda totalmente à verdade. Mas, ainda assim, parece-me que é a imagem de marca (vívida) que os outros constroem dessa cidade, e talvez de nós, como país, e como povo.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Parcerias

Bradley (wooo-hoo) Cooper e Jennifer Lawrence em
Silver linings playbook (2012)

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Silly post

Na foto: Rita Hayworth na praia de Santa Monica, California (a comer uma sandes, que as bolas de Berlim ainda não existiam nos anos 40)
Ora, uma vez que estamos em plena silly season, e a preguiça exige esforços titânicos para ser combatida, avancemos simplesmente para um silly post sobre uma temática que para mim, dantes, não merecia discussão. A bola de Berlim na praia. Para mim, um bolo cheio de creme e de açúcar, doce de mais, nunca combinou bem com calor tórrido nem com banhos de mar salgados. Refrescos e gelados, sim. Bolacha americana, ainda vá. Agora, bolas de Berlim, não. Acontece que, este ano, mudei o meu paradigma sobre as ditas bolas. Já farta de ouvir os senhores brasileiros a passarem para lá e para cá com os seus cestinhos e com o seu pregão: "Olhá bolinhá! É só pidjirrr que eu vou levá!!", decidi-me a provar uma bola de Berlim, num dia de mais fome que o normal. E não é que fiquei rendida. Não contrasta assim tanto com o calor. Não é enjoativa. Mas há um requisito obrigatório: bolas sempre SEM creme. Pronto. Fim de silly post.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Ao nosso encontro


"O mundo não é constituído só por nós, os que nos conhecemos desde sempre, os que nos encontramos todos os dias. O mundo é sobretudo constituído por elas, pelas terceiras pessoas, aquelas de quem nada sabemos ou de quem pouco sabemos e que, um dia, inesperadamente, saem do desconhecimento ou das sombras e vêm ao nosso encontro, subvertem os nossos conceitos e influenciam as nossas vidas ou são por elas influenciados, Meu filho, tudo seria insuportavelmente previsível e monótono sem terceiras pessoas." ("Terceiras Pessoas", Helena Marques)

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O Verão segundo Slim Aarons (3)

SAarons

Anacronismos

Na minha terra, ouve-se, todos os dias, a sirene dos bombeiros à uma da tarde. Nas ruas, ouve-se falar outras línguas estrangeiras quase tanto como o português. No meio do silêncio dos domingos, ainda se ouve a melodia melancólica do amolador. E, a cada três minutos, ouve-se um avião, já muito próximo da aterragem.