quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A melhor invenção da Humanidade a seguir à roda

A maquilhagem à prova de lágrima, perdão, de água.

Serotonina: precisa-se

Porque há neurotransmissores que são lixados.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

domingo, 7 de fevereiro de 2010

E se enfiassem o "desconto" e o "amor" pela outra extremidade do tubo digestivo acima?

Recebido ontem, por sms, de uma conhecida clínica de estética:
"O amor está no ar. Surpreenda a sua cara metade com 20% de desconto em todas as compras até 28/02/2010".

Na terra do Bob (2)

Já não sei o que é que gostei mais em "Zion". Se foi o furo no pneu do autocarro sem ar condicionado, o morcego monstruoso poisado na porta do meu quarto, ou o generoso jardineiro que nos queria mostrar "the real jamaican grass".

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Códigos sociais


Se não fosse estar a cometer uma infracção, pedia um abraço.

Um tanto vazia

"A vida não era, de todo, desagradável. Apenas um tanto vazia."
Antonia Frasier in "Marie Antoinette: A Viagem"

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

My baby just cares for me

Podia ser uma realidade. Mas não. Estava só a ouvir a Nina Simone.

Globalização

Ok, eu aceito que os Rubrik Applad e os Ektorp entrem pelas nossas casas adentro, e que o Ingvar Kamprad nos inunde com mobiliário a baixo preço.

Aceito que globalizem o design nórdico e que exportem o conceito escandinavo de conforto doméstico.

Mas, sub-repticiamente, impingirem-nos no IKEA salmão com funcho ou arenque fumado (e outras porcarias que se comem na Suécia) num país como Portugal, cuja gastronomia é das melhores do mundo, acho que é uma ambição descarada, que eu considero um insulto. E lanço um apelo ao boicote.

Há coisas cujo prazo de validade expira muito antes

Agora a sério. Penso que alguns homens deveriam saber coisas básicas. Tais como: se, depois de conhecerem uma rapariga, só lhe telefonarem 6 (seis, SEIS!) meses depois, arriscam-se seriamente a levar um corte (mas daqueles grandes, memoráveis, antológicos).

WITH PATIENCE

"There was a time when I thought that, with patience, you might be moulded into something worth while."
Carry on, Jeeves, de PH Wodehouse

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Só me estragam a reputação, pá

Apanhei outra pessoa, em flagrante, a falar bem de mim.

Da série Material Girl #3

(Don't blame me. I'm just a girl.)

Da série Material Girl #2

Contei recentemente um número total obsceno de pares de sapatos que tenho em minha posse. É tão obsceno. Mas não tenho vergonha. Só começo a ter um pequeníssimo problema de logística em minha casa.

Da série Material Girl #1

Vou acabar com os posts pseudo-políticos, porque cansam muito a minha beleza. E uma rapariga não se pode dar a esse luxo.

Liberdade de expressão

Por estes dias, estamos com o Mário Crespo. Já não se pode publicar um artigo de opinião, que querem logo "silenciar" as pessoas. Que grande exercício de democracia.
Como se já não bastasse aquela que muito me chateou da Inês de Medeiros, deputada pelo círculo de Lisboa, a receber ajudas de custos por viver em Paris, ou lá o que é.

Já estou como o Eça de Queirós: Portugal não é um país; é um local mal frequentado.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Jeeves/Ou de como eu adoro a simplicidade prática dos homens


Em vez do chinfrim das gajas, um amigo meu, ao ver-me triste, estende-me, silencioso e com um sorriso, um livro de PG Wodehouse, que é a leitura mais divertida que eu já vi nos últimos tempos. O típico humor dos gentlemen britânicos do início do século passado. Fenomenal.

Miss February

Carnaval e dia dos namorados no mesmo fim de semana, este ano. Está certo. Para quem está de fora, é tudo mais ou menos a mesma palhaçada.

A Suíça não é só para a neve, ok?

O Fórum Económico Mundial acabou ontem, em Davos. Boas notícias: parece que vai haver uma segunda edição do Fórum Social Mundial, também no Brasil. E Portugal devia mudar-se (literalmente) de armas e bagagens para o bloco das economias emergentes (o BRIC, certo?), se se quisesse safar.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Oh God, why did You curse me with this face?



I do not want to end up like Vivien Leigh.

Marketing grátis

Venho a saber por terceiros que certas pessoas - com quem tenho laços de amizade muito antigos - dizem tão bem de mim (claramente turvadas pelo carinho que me têm ou pelo grau de alcoolémia do momento) que chega a ser comovente. Ou seja, vendem tão bem o produto, que espero que, mais tarde, não os denunciem à DECO por publicidade enganosa.

Noite de poker

Dou por mim a pensar que, em questões sentimentais, o truque, no fundo, é também saber ir dizendo check ao longo do tempo, sem sair do jogo, até que tenhamos a grande e improvável sorte de um royal flush.

Cinema dos antípodas (3)










Bright Star (2009)


Jane Campion, uma vez mais.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Um blogue com comentários

Equilíbrio de forças

Quando o aspecto exterior é um íman, pode usar-se a personalidade como um filtro.

Cortes orçamentais

Há um pequeno país onde os cortes nas despesas começam sempre na função pública, nunca começam pelo desbaste das mordomias e privilégios da classe política.

Se os membros do Governo fossem de metro para os seus gabinetes, todos os dias, como na Suécia, poupava-se que era um encanto. Ah, mas é claro. Os países escandinavos são países muito estranhos, onde há ministras que se demitem porque se descobriu que não pagaram à babysitter dos seus filhos, há não sei quanto tempo atrás. Gente mesmo muito esquisita.

Ternura

Lady Chatterley (2006)

"Ele possuiu-a docemente e sentiu um fluxo de ternura que partia das sua entranhas e se transmitia à mulher, os dois em estado de paixão.

E compreendeu que era aquele o seu dever: um contacto terno com ela, sem que nada do seu orgulho, da sua dignidade e integridade de homem fosse afectado."

O Amante de Lady Chatterley, D.H. Lawrence (1928)

Mau perder

Lido muito mal com o fracasso. Se entro numa coisa, é para ganhar. Se acontecer o contrário, claro, não faço as figuras do John McEnroe. Mas fico chateada.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Mas antes isso do que loba em pele de cordeiro

Indicaram-me uns tops feitos de tecido muito fino, que se moldam ao corpo na perfeição, adequados ao exercício físico, e que, no país de origem, lhes chamam "pele da loba".

No vestuário feminino, tal como na vida, há ironias muito boas.

Tool omri bahebbak

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Sintomas de privação

Há muito tempo, quando ouvia alguém falar sobre uma actividade ou desporto que praticava e de como isso o/a fazia esquecer-se dos problemas, abstrair e aguentar tudo o resto, eu ficava indiferente.
Uma vez fiquei um mês sem ir às aulas de dança. Já não consigo passar uma semana.

Na terra do Bob


Não, aqui não me senti Iron like a Lion in Zion. Apenas um tanto nauseada com a ondulação do barco.
Os autóctones também não são o máximo. Deve ser da colonização britânica. Deixa sempre resíduos.

Amizade em diferentes quadrantes

Os meus amigos do Bloco são tão engraçados. Mais ainda que os meus amigos de extrema direita, que fazem romarias à terra natal do Salazar. Isto, porque os primeiros nunca desistem de quererem fazer da vida uma coisa asséptica, mais cinzenta que uma cidade do Leste em Janeiro, nos tempos da Cortina de Ferro.
Já me habituei a evitar palavras como "pretos", "ciganos", "maricas", etc. quando estou com eles. Agora, opinarem sobre destinos de férias é que não.

A igualdade e a tolerância começam com as práticas (e não tanto com o vocabulário). E, nisso, estou com absoluta consciência tranquila, porque tenho-as como princípios fundamentais de cidadania.

Aliás, o essencial (nunca me canso de dizer) é a coerência entre as práticas e as convicções.

Portanto, aconselho a esquecerem as férias burguesas dos outros durante um belo passeio na Coreia do Norte. Lá é que se deve estar bem.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Mas foi bom rever Keanu Reeves, Winona Ryder, Monica Belluci e Julianne Moore (com spoiler)

As Vidas Privadas de Pippa Lee (2009)
Sim, esperava que fosse (um bocadinho melhor), que sou cinéfila exigente, e que o final não fosse tão previsível (ups, aqui está o spoiler).

domingo, 24 de janeiro de 2010

E voltamos aos ciclos viciosos




Acordar, depois da festa



Aperta o gatilho

Vais ver que não dói nada.

Estratégias militares e (que se lixe) abordagens amorosas

Ao contrário destes, acho que será sempre melhor ser a força obsidiante do que estar do lado dos sitiados.




sábado, 23 de janeiro de 2010

Lisa Ekdahl VS Herbie Hancock

Sim, eu já sei que há jazz para gajas e jazz para gajos.
E não posso fazer nada, porque nasci com cromossomas XX e não me dá jeito nenhum agora substituir um deles por Y.

Eh pá, foi a melhor solução terapêutica que encontrei

Já que não deu resultado ouvir 7653652 vezes a Diana Krall a gemer o "How can you meand a broken heart".

Camuflagem urbana

Perguntam-me como é que, tendo já viajado tanto, nunca tive grandes peripécias que costumam acontecer a turistas.
Pois é precisamente isso. Tento não parecer turista, para não ser enganada por taxistas, roubada nos preços, etc. E é por isso que vêm sempre falar comigo nos idiomas locais dos países onde vou.
Não tem truque nenhum. Gabardine e sabrinas em França, saia comprida e écharpe leve sobre o cabelo em países muçulmanos, trapos muito estilosos em Itália, 3 quilos de maquilhagem na cara em Espanha, and so on, and so on.
É tudo uma questão de nos camuflarmos com as paisagens humanas.

Voodoo people

Já não ia a um concerto de música muito pesada há muitos anos (aburguesei-me e comecei a usar sapatos altos e assim).
Mas tinham-me falado daquilo de tal maneira que, quando entrei na sala do concerto imaginava que me ia deparar com um cenário dantesco, preparei-me para entrar a antecâmara da morte, e pensei, ao passar pela revista dos seguranças, "Vou morrer, adeus mundo cruel".
No fim, adorei, e realço apenas a fauna muito diversificada que afluíu ao concerto, e que os miúdos de hoje em dia ouvem os mesmos grupos que eu ouvia, na minha adolescência nos meados dos anos 90.
Enfim, foi como quando andei de metro à noite em Praga ou quando entrei num bairro pobre em Havana. Toda a gente me prevenia para não ir e mesmo assim dei um passo em frente, e fui.
Deixem lá de me meter medo, pá.

O Meu Fabuloso Destino

Não sei por que raio tenho a triste sina de, por onde passo, espalhar a sorte e a felicidade aos outros. Não a mim, a outras pessoas. É como se tivesse o dedo de Midas, mas sem ser em termos materiais.
Infelizmente, não, o meu nome não é Amélie Poulain. Essa, pelo menos, no fim foi recompensada.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Teoria da Utilidade Marginal

Nos rudimentos da aprendizagem das ciências económicas (*cof, gasp, blherc*) aprendemos, de acordo com esta teoria, que há uma determinada utilidade adicional que se consegue com o consumo de uma quantidade adicional de um determinado bem.

Quando aprendi isto na faculdade, ainda não suspeitava que esta lei também se pode aplicar com sucesso às alturas em que estamos demasiado tempo com alguém que não gramamos.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Metáforas

Brincar às escondidas é perigoso. Mas não tanto quanto jogar à cabra cega.

Um bocadinho bipolar

Ir numa noite de Dezembro ver os Prodigy e, na seguinte, o Lago dos Cisnes.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Hips don't lie

Há só dois tipos de raparigas. As medíocres, e as que aceitam (estes) desafios.

Um dia perfeito



















começa com sentir o frio lá fora e o cheiro a café, e a ouvir Ella Fitzgerald e Louis Armstrong no dueto I've got my love to keep me warm.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Chanel (parte II)

Uma aparência doce e frágil, que esconde uma personalidade tenaz e durona, que, por sua vez, esconde uma inesperada fragilidade.

(Somos tão poucas.)

Boy












Coco Avant Chanel (2009)

Gabrielle "Coco" Chanel começou a vida num orfanato, foi para Paris cantar em cabarets com a irmã, e, ainda muito jovem, teve um amante mais velho através do qual conheceu um jovem aristocrata britânico, Arthur "Boy" Capel, que veio a ser um dos grandes amores da sua vida. Ele era casado. E morreu prematuramente na sequência de um acidente de automóvel.

Sempre preferi histórias verídicas às ficcionadas. As vidas dos outros também não são perfeitas.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Still got it


(Em compensação do que escrevi no post abaixo),

O melhor que há em ir ver os meus amigos Keith Flint e Maxim Reality ao Pavilhão Atlântico, é, para além de passar duas horas aos pulos, ainda colher piropos de garotos com quase metade da minha idade.

I'm NOT a head turner in CPH*

Coisa que começou por me irritar solenemente. Mas, como há que assumir os nossos fracassos com (algum) humor, depois, deu-me para filosofar sobre os dinamarqueses, esses gajos de sangue aguado de cuja virilidade comecei a duvidar seriamente, como aconteceu aqui, aqui e aqui.
*Com os devidos direitos de autora e dedicado à Luna.

Work hard, play (very, very) hard

sábado, 16 de janeiro de 2010

De Paris, com glamour (não, não ia dizer "com amor")


Place des Vosges, perfeitas simetrias numa tarde perfeita de sábado, em Setembro último, esse mês que foi (quase) perfeito.

A onda que se ergueu no mar

Podia ser música, Tom Jobim, bossa nova, mas é apenas um desejo (frustrado).

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Filosofia de ponta, ou o segredo da vitória (Post reeditado)

Aqui que ninguém nos ouve, e enquanto os olhares masculinos se demoram na foto do lado, deixo um pequeno apontamento.
Toda a mulher - no matter idade, peso ou estado civil - devia ter um conjunto destes ou similar. Nada daqueles "girinhos" da Oysho ou da Women's Secret, é mesmo destes luxuriantes, exuberantes. Mesmo que mais ninguém veja (se virem, tanto melhor).

Da Victoria's Secret (o conjunto da foto é um dos meus preferidos). É caro. Óbvio que é. Mas a auto-estima, poder e elegância que dois magníficos trapos (sem contar com as asas) destes podem dar não têm preço.

Por exemplo, haverá coisa mais sexy que ler a Crítica da Razão Pura de Immanuel Kant ou a Fidelidade Feminina de Soren Kierkegaard envergando um adorável deux-piéces como o da fulana desta foto? Não há.
(A menos que sejam, filosoficamente, fãs da dialéctica hegeliana. Aí, haja paciência, não há Victoria's Secret que vos valha.)

Podem consultar mais colecções da VS aqui.
Os leitores do sexo masculino podem saber mais sobre Kierkegaard aqui.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Nobel

Mas o que é que ele (já) fez, afinal?

Bem merecido foi o de Prémio de 2003, isso sim, ou não fosse a Shirin Ebadi mulher, iraniana e gaja de força.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Descaramento e eterno retorno

Como quem não quer a coisa, volto a escrever no blog, com a maior cara de pau. Reactiva-se o blog, retomam-se catarses, recomeça-se. Uma e outra vez. Não era o Nietzsche que falava no eterno retorno? Esse cabrão não fazia ideia do quanto isto custa (e demora).

O fim da pausa

Após quase dois anos de pausa: para, entre outras coisas, terminar uma tese, preparar a defesa e enfrentar o júri, passar pela Jamaica, fazer uma mudança de casa, e, claro, ainda arranjar tempo para um sortido de desventuras sentimentais várias.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Dress code (para hoje)

Vestida para matar.

(de inveja)

Homónimas

Uma amiga telefona-me, entre o gozo e a preocupação, ao ver o meu nome escrito na capa da FHM.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Players only love you when you're playing

Ou de como há pessoas que são mestres em inverter o jogo, adulterar-lhe as regras e revertê-lo a seu favor.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Handle with care

Uma frase inscrita nas caixas de encomendas de coisas frágeis, que cabia na perfeição se escrita na minha testa.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O épico feminino

A entrada nos 30 pode ser considerada como uma dobragem do Cabo da Boa Esperança ou do Cabo das Tormentas. Depende da sorte de cada um. Eu não sei ainda qual deles me calhou, só sei que já me cruzei com muitos Adamastores.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Temporalidade (Post reeditado)


Edwina Mountbatten, última vice-rainha da Índia – de quem se especulou ter vivido um romance com Nehru – manteve, já depois de ter regressado a Inglaterra no pós-1947 e até ao último dia da sua vida, o seu relógio de pulso acertado pela hora indiana.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Ah, para as leis da Física sobre os opostos...























...a Química terá sempre outras respostas.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Círculos virtuosos (ou: do Evangelho de S. Mateus)

A felicidade funciona em bola de neve.
Infelizmente, as tristezas também.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

domingo, 9 de setembro de 2007

A masculinidade nórdica (3)

O nórdico e a paternidade. Eis um dos meus capítulos preferidos. O nórdico não é educado para evidenciar a sua macheza afastando-se tanto quanto pode da esfera doméstica e da puericultura. O nórdico não parece entrar em pânico, nem ver a sua virilidade posta em causa, se gozar tranquilamente a licença de paternidade em casa, se mudar sozinho a fralda da criança no parque. Não vai a correr, desajeitado e assustado, devolver ao universo feminino a criança que chora. Responsabiliza-se, e assume sem complexos os cuidados paternais, sem a rigidez embaraçada do português.

A masculinidade nórdica (2)

Sendo pouco jactante, o homem nórdico não olha muito para as mulheres que passam. Como uma vez alguém disse: “o sueco não olha muito para a sueca”. Indefectível virtude, pois não fazem as figuras de tarados que os latinos fazem por aí fora, transbordando de baba sempre que vêem um rabo de saia. Não. O nórdico é suave e discreto. Aparentemente indiferente, inacessível. Aparentemente. E, se não olha ostensivamente para as mulheres, torna-se o companheiro perfeito: evita o desconforto de sermos preteridas nas suas atenções quando uma fulana qualquer passa na rua. A isto eu chamo «civilização».

A masculinidade nórdica (1)

Coloquemos já os pontos nos ii: o nórdico é frio. Mas ao mesmo tempo é, em geral, encantadoramente bonito, alto, magro e elegante. Ao contrário do português que (ainda que com honrosas excepções) é feio, atarracado e de compleição grosseira. As feições do nórdico são harmoniosas e agradáveis, ainda que quase me façam cair no cliché "anjos de Botticelli".
Agora sem rodeios líricos: os gajos são, na generalidade, podres de bons. Só não acredita quem nunca saiu do cantinho à beira mar esquecido.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Da Escandinávia, com amor: da paternidade


Copenhaga, 2007
Pais, muitos pais, (não mães) nos parques imaculados da cidade.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Um outro Verão

Chuva e frio a darem-me as boas vindas, no mês passado, do outro lado da janela do comboio rápido ICE Estugarda - Munique - Salzburgo.

Doses maciças

disto:


terça-feira, 14 de agosto de 2007

Da relação entre a época estival e os padrões de religiosidade da população masculina

Indicador: frequência com que uma rapariga em território português deixa atrás de si um lastro de suspiros de inspiração cristã: "Jesus...", "Meu Deus!", "Noooooossa Senhora".

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Provavelmente, a melhor cerveja de Copenhaga

Duas gerações, a mesma Carlsberg.
Todas as tardes, em todas as esplanadas, de Abril a Agosto.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Girl's best friend

O melhor amigo referira-se a ela, há vários anos, como um diamante em bruto. Julgou, ao tempo, entender o que isso significava. Tanto quanto actualmente estavam, ambos, conscientes de uma (eventualmente perturbadora) lapidação.

Do estival...

...optimismo masculino.
(Pois.)

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

O Islão não é todo igual

Há uma vertente comovente. Por entre as inextricáveis ramificações sunitas, xiitas, ismaelitas, há um inesperado ramo de paz. São os místicos sufitas, que se pode encontrar em Nizzamudin, na Índia, na Turquia, e muitos outros lugares. Pacíficos, por vezes loucos, uns rodopiam até ao êxtase – são os dervixes – outros limitam-se a derramar muito doces lágrimas contemplativas.

Bourgeoisie II

Trocar, em viagem, uma tenda de campismo por um confortável quarto de hotel e casa de banho privativa, é um aburguesamento ao qual me vendi, alegremente, já há muito tempo.

Bourgeoisie I

Acompanhar colegas de trabalho em incursões consumistas relacionadas com faqueiros, serviços de mesa, cortinas, e demais assuntos utilitário-decorativos domésticos é um tipo de aburguesamento ao qual (tão cedo) não farei concessões.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Metáfora da trave

Fazia lembrar uma ginasta de alta competição.
Exímia nos movimentos. Isometria e perfeição. Todo o gesto articulado, corpo anguloso, numa precisão milimétrica. Sem lugar para um passo em falso. A um tempo, forte e frágil. O corpo, uma haste flexível.
Rigidez: a expressão facial fechada, na tentativa de superação de si mesma. Cabelo severamente aprisionado em elásticos e ganchos. As mãos ressequidas, mergulhadas em pó. A adiada feminilidade concentrada na maquilhagem exagerada. Fato justo e reduzido: invólucro brilhante para um pequeno corpo musculado, deformado, peito liso – o corpo como tela das opções de uma vida; uma escolha vincada no corpo.
Na excelência, o seu auge é breve. Aos vinte anos será velha. A trave estreita (demasiado estreita) é o palco do seu equilíbrio acrobático e precário.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Dramaturgia

Sábado à noite, o teatro recomeça. Apagam-se marcas de lágrimas e de noites insones, para se reacender a luz do rosto. E desfila-se por aquele palco, e recebe-se um Estás tão bem e capta-se um Quem é a tua amiga, e não é que a tristeza desapareça milagrosamente. A maquilhagem é que é um prodígio miraculoso posto ao serviço da rapariga moderna – e de toda a mise-en-scéne social de sábado à noite.

Profecia

Em pequena, vaticinaram-lhe que, quando crescesse, ia partir corações; quando o tempo chegou, os esquemas amorosos em que se meteu revelaram-se, sem glória, meros quebra-cabeças.

Curva de Gauss

A estupidez está normalmente distribuída na população.

Indoor girl

Muitos namoros começam e acabam dentro de carros: eles são, enfim, muitas vezes, locais de encontro e de despedida. Pontos de partida e de chegada. Alfa e ómega de episódios (mais ou menos duradouros) de afectividade.
Que há quem enjoe em automóveis em movimento, é um facto. Que eu sou uma dessas pessoas, é verdade – relacionar isto com o assunto do parágrafo anterior é que já será talvez um exercício pernicioso.

O meu Ingmar Bergman é este



Den Goda viljan (1992)

Heart Shaped Box (I)

Podia ser Nirvana, Kurt Cobain, In Utero. Mas é outra coisa.

Heart Shaped Box (II)

Solícita, a amiga da pérola do Atlântico, tentou, ao telefone, auscultar-lhe o estado emocional:
- Então e esse coração?
- Removi-o cirurgicamente.

Heart Shaped Box (II)

Solícita, a amiga da pérola do Atlântico, tentou, ao telefone, auscultar-lhe o estado emocional:
- Então e esse coração?
- Removi-o cirurgicamente.

Do tempo, quando cristaliza

Ele trocava palavras breves com o amigo comum. Alheada da conversa entre os dois, ela olhava em redor. Distraída, voltou a olhá-lo, por acaso: apesar da conversa deles, do alto da sua estatura, os olhos fixos nela.

Crush on you 3

Era um pequeno fraco que tinha por aquela pessoa. E, como era um fraco, a coisa não lhe durou muito.

Desmistificar Copenhaga

- sol (o dinamarquês também bronzeia, e bem)
- simpatia (apesar de civilizados, os dinamarqueses são frios, distantes – e muito pouco pacientes com estrangeiros em geral)
- frio (lá fora, quase não se sente porque é seco; dentro de casa, costuma estar um calor infernal, tudo é aquecido, mesmo no Verão)
- lixo (também o há no chão de uma capital escandinava)
- trânsito (pouco: o desagradável efeito visual e sonoro do trânsito é substituído ou mitigado por milhares de bikes nas ruas)
- comida (hum… eu já tinha mencionado a frugalidade nórdica?...)

Crush on you 2

Ela sabia que ele não sabia que ela sabia. Com esse trunfo na mão, observava-o de longe, discreta e divertida. Tacteava-lhe a consistência, tomava-lhe o pulso, radiografava-lhe a estrutura. Cronometrava-lhe a brevidade do entusiasmo.

Crush on you 1

Não sabia como abordá-la. Ficava intimidado com aquela presença luminosa. Como estratégia de compensação, massacrava-lhe a amiga, involuntariamente convertida em Cyrano de Bergérac via SMS.

Tamanho – uma abordagem empírica

O tamanho é irrelevante. Pertinente, sim, será o diâmetro.

Embaixatriz

Gostava da ideia de que todo o estrangeiro é representante do seu país. Os locais olham-nos como uma amostra do nosso povo, ainda que esteja longe de ser representativa. Enquanto estava nesse papel sentia, portanto, a responsabilidade. Já de volta, sabia que tinha levado a missão diplomática a bom porto.