sexta-feira, 20 de outubro de 2006

Ahhhhh...saudade.

Fui para Coimbra na expectativa de me embrenhar num fantástico mundo cheio de mística.

Assim começa o blogue de 6 magníficos que eu conheço. Que (me) fazem o favor de recordar e escrever histórias que viveram, de resgatar ao esquecimento vivências que não foram importantes para mais ninguém, senão para quem as teve, num momento qualquer daquela década e meia. Ou para quem, como eu, ainda respirou um pouco da atmosfera daqueles tempos quando apenas caloira, apesar do período áureo já estar a acabar quando tive o privilégio de os conhecer a quase todos, e de me tornar amiga de alguns.

São tempos que marcam e deixam uma saudade pungente. E é impossível a leitura destes relatos não deixar um vago, doce, desalento: não só por saber que tudo acabou, mas também porque aquela forma de vida não vingou no seu propósito de continuidade, não funcionou como um legado para as gerações seguintes (ao contrário do que eu pensava). O que torna tudo mais especial e nostálgico. Durante um curto período, houve um grupo de rapazes que tentou e conseguiu recuperar, viver e praticar a Praxe Coimbrã na única forma em que ela existe: de forma genuína. Contagiaram, com a sua graça, modus vivendi e histórias mirabolantes, quem foi seu contemporâneo.

(...)No ano de 1990 efectuei a minha primeira matrícula na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC) e verifiquei que essa Faculdade vivia simplesmente sem saber o que era a Praxe Académica de Coimbra. (...) Encontrei uma Praxe codificada – em algum momento do primeiro trimestre de aulas já conhecia melhor o Código da Praxe do que todos os meus amigos de anos anteriores ao meu – que determinava deveres e obrigações e uma conduta de respeito mútuo entre todos os estudantes – incluindo os caloiros. Mas ao mesmo tempo encontrei a dura realidade em que poucos eram os que conheciam essa Praxe da qual eu gostava e em que os que a praticavam esporadicamente – e provavelmente por causa disso – praticavam-na de forma abastardada.

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