quinta-feira, 26 de outubro de 2006

SIM

É minha resposta (sempre será) ao estúpido referendo que, à semelhança de 1998, vai permitir que se protelem mais situações inaceitáveis para um país europeu, como mulheres que morrem por fazerem abortos ou que são levadas até à barra do tribunal por não quererem trazer ao mundo mais uma crinaça, pelos mais variados motivos.

Como sempre, quando nos outros países as questões já são outras, nós ainda nos damos ao luxo de ignorar realidades, discutir uma suposta "ética", dar largas à hipocrisia de gente que se redime de tanto, escudando-se numa bandeira de suposta valorização pela vida.

Eu também sou pela vida. E é por ser tão pela vida, que não queria ver situações como a da foto repetirem-se. Se um ser humano não é bem vindo à partida, por razões económicas, familiares, emocionais, não deve vir. Ninguém pede para nascer. Também ninguém deve ser gerado para sofrer.

As campanhas do Não são pródigas em fotos de criancinhas rechochudas, bebés bonitos e felizes, supostamente para apelar à nossa consciência. Até nessa intenção são hipócritas, pois ignoram convenientemente os milhares de crianças que nascem para nunca serem felizes, para nunca sequer terem uma oportunidade para tal. Vale a pena nascer para isso?

Sem comentários:

Enviar um comentário