sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Egos

Vi-me há uns tempos presa, perdão, como convidada, num jantar só de raparigas. Digo-vos, minha gente, que mereço no mínimo o Prémio Nobel da Paciência, por esta dura prova superada. Não é que ali faltasse inteligência ou temas interessantes e até muito divertidos. Muito pelo contrário. Cada uma daquelas pessoas é perfeitamente suportável, desde que tomadas isoladamente. Pessoas toleráveis, interessantes, bem dispostas e até muito afáveis. Agora, quando se aglomeram em grandes quantidades, os seus egos, já de si bastante inflamados, crescem, crescem, crescem, como que insuflados, e entram numa espiral de competição, que só visto. É que nem é uma questão de falarem alto (porque não falam), é mais cada uma a achar que é a mais atraente e a mais bem vestida e a melhor e a mais espectacular, e todas elas se esticam para se evidenciarem, e sei lá que mais, que, senhores, ajudem-me, que eu saio dali com uma dor de cabeça terrível, nem a excelência da cuisine do chef me cai bem, e a meio do jantar já só aceno com a cabeça e apresento um sorriso cansado, e os meus olhos procuram ansiosamente os sinais da saída de emergência.

7 comentários:

  1. como eu sei disso. então quando a conversa chaga ao tema sexo, é ver cada uma a apregoar as suas super qualidades na cama e a achar que é melhor que a colega do lado. às vezes até acho que são todas profissionais do sexo, com tanta experiência e qualidade comprovada. por favor, meninas, podem parar com isso que eu não acredito nem em metade do que vocês dizem, ok?

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  2. Ah, é quando leio estes textos que dou valor à amizade masculina. Amizade naquele sentido de camaradagem, de (des)respeito mútuo em que se trocam piadas sobre as mães uns dos outros, tudo acompanhado de um bom jogo de futebol e de umas imperiais bem tiradas (ou cerveja fresquinha, se for em casa).

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  3. Miguel,
    custa-me um pouco a admitir, mas isso é verdade em muitos casos. E é por todas essas características que adoro os meus amigos do sexo masculino. E é tão mais fácil ter discussões com eles.

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  4. Por acaso em conversas com várias raparigas nunca reparei nessas disputas. Mas conheço, com experiência própria, a crueldade com que as mulheres são capazes de se tratar entre si.

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  5. É o único inconveniente de ser mulher, senão, era perfeito ;)

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