terça-feira, 10 de maio de 2011

Quem te não ama não vive





Há dias, em conversa com um ex-presidente da Associação, e em contexto de Queima, comentávamos que quem viveu intensamente a academia, não lhe resta saudosismos, apenas a saudável saudade. Nada mais. Nada de reviver tudo, nada de querer voltar atrás.



Concordo. Depois de mais de uma década, durante e após o curso, de Queimas, Latadas, serenatas, cortejos, trupes, Magnas, saraus, centenários de repúblicas, pequenos almoços no Angola, pequenos almoços na Conchada, tardes no Pratas, noites no Pinto, rasganços de amigos, rasganços de amigas, o nosso próprio rasganço, tardes no bar da Associação, chás dançantes, febradas da Pitagórica, festunas, garraiadas, manhãs no areal da Figueira, jardins da Associação, greves, manifestações, baptizados no rio, noites do Parque, noites do Queimódromo, fitas largas, rasgões nas capas, fitas nas pastas, cartolas, praxes, copos e guitarradas, boémia no Penedo da Saudade, doutoramentos na Sala dos Capelos, vendas da pasta, noites no DD, jantares na Democrática, tremoços na praia fluvial, livros de curso e caricaturas, fitas assinadas, viagens de finalistas, sangria, vinho, cerveja, depois disto tudo, ficará a faltar alguma coisa?



Não falta nada, se se viveu intensamente. Os amigos perduram, as lembranças ninguém nos rouba. Aliás, só faltou mesmo o Baile de Gala das Faculdades. O pretensiosismo do evento chocava com as minhas convicções pessoais e sociais. Mas, agora que me aburguesei, ainda vai a tempo. E agora até há vestidos mais bonitos.

4 comentários:

  1. Dessa lista toda falta-me as trupes e os jantares numa República, nunca fiz parte com mta pena, mas não aconteceu. No entanto, como dizes e bem, vivi a Academia bem vivida, no tempo certo, e passados 12 anos (oh God!!tanto tempo!) da minha última Queima não tenho saudosismos tristes, mas digo o AH SAUDADE bem suspirado, bem sentido e do fundo da minha alma.Qdo estive aí em Novembro, o casamento foi na Via Latina e dei comigo a mandar vir com os Tunos de Lisboa que passaram pela Porta Férrea sem a capa pelos ombros, afinal, porra, Tradição é Tradição! Disseram-me q estava 24 graus (true, um calor do car...) e que me fosse encher de moscas. Fiquei triste e em bom Português insultei-os, e não fosse eu meia-leca de gente, obrigava-os à força a voltar atrás e a respeitar. Só que eles estão gordos e eu já não os consigo empurrar. Os carrinhos de bébé que empurravam tb não eram lights e pronto, tive que desistir.
    Mesmo assim, comecei por ir à esplanada do Justiça e Paz beber um fino, e acabei cheia de minis no bar da Faculdade de Direito (acabamos-lhe com o stock à senhora...) e senti nitidamente que, pralém da noiva que lá estudou e mais duas amigas dela, só nós, só mesmo nós é que sentíamos o peito inchado de orgulho e dizíamos à boca cheia: EU ESTUDEI EM COIMBRA!! Cruza-me essa p@ta dessa capa!!
    E pronto, é este o meu saudosismo. É aquele que só vem de 5 em 5 anos qdo um casamento acontece, mas sem qualquer vontade de voltar atrás pra completar algo. Afinal, foi tudo mto bem gozado!!! Oh se foi!
    Ai estes meus arrebatamentos académicos! Só tu!!!

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  2. Já somos muito poucos assim, minha linda, a cumprir a praxe e a tradição :) As novas gerações apropriam-se de forma diferente da tradição, mas sempre assim foi.
    De qualquer forma, é uma experiência que nunca se esquece e não se vive assim em mais nenhuma universidade, por muito que queiram imitar ou copiar... :P

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  3. E, já agora, grandes tardes no Justiça e Paz... estudo e copos, do que me foste lembrar :)) E noites de serenata no Couraça! E os célebres convívios na cave das Químicas! Podia ficar aqui o dia inteiro ;)

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