quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Afinal





A aparência idílica de um casal é sempre, sempre, mais tarde, desmanchada pela realidade, um pouco mais fria que a primeira.



Afinal, Wallis Simpson não viveu num paraíso dourado e confortável no Sul de França, ao lado de um ex-rei que abdicara por ela, enquanto a Europa se afundava. Ou melhor, viveu, mas ao lado de um homem caprichoso, imaturo, dependente (a quem chamava Peter Pan), que estava obcecado por ela e que usou esse pretexto para se desresponsabilizar da maçada incómoda de ser rei. E esse guetto dourado foi apenas o culminar de um processo doloroso onde, imediatamente antes do casamento com Edward, se viu no meio de complicados enredos amorosos cruzados e de um divórcio quase forçado, e se viu pressionada, sozinha e impiedosamente escrutinada pela imprensa.



Durante todo esse tempo, e ironicamente, foi com o ex-marido, Ernest Simpson, e não com o seu futuro marido, que se correspondeu de forma mais sincera, e que desabafou sobre a incerteza do seu futuro.

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