Num acolhedor restaurante italiano na Rue de Saint-Martin, encontrado após aturadas buscas, Gianfranco apresenta-se como siciliano de gema, desfaz-se em amabilidades, e, enquanto me explica as especialidades com que me irei deliciar ao jantar, pergunta-me se sou signorina ou signora. Visivelmente satisfeito com a resposta, prossegue, teatralmente, com um beija-mão, e não se cansa de elogiar a gastronomia e paisagens portuguesas, num honroso segundo lugar na sua lista de preferências, logo a seguir às suas bens-amadas congéneres sicilianas, desvalorizando, de raspão, items referentes a paragens mais setentrionais do seu país. Já depois da sobremesa, enquanto beberico o licor de lemongello - outro néctar da ilha, e nova atenção do chef - não deixo de reparar que as gregas - mãe e filha - da mesa em frente, chegaram ao mesmo tempo que eu, lamentavelmente não foram brindadas com os mesmos mimos. À saída registo, sem supresa, que a clientela (nessa noite, pelo menos) é exclusivamente feminina.
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
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