segunda-feira, 19 de abril de 2010

Desconstrução

A Heidi Klum é uma top model que diz aquelas trivialidades de top model. Tais como, ao referir-se ao Seal: "Eu estava à procura de um homem com quem eu pudesse ser eu própria, com quem pudesse rir-me."
Na verdade, e como toda a gente sabe, o que a Heidi diz é banal, mas pode ter importância.
Porque esse tal jogo da sedução que toda a gente fala pode ser muito bonito e interessante, mas todos sabemos que é uma farsa.
Porque às vezes apetece abandonar os saltos altos punitivos e mandar à fava a falta de pontualidade feminina, e outros truques antigos.
Apetece trocar o discurso coerente e estudado, pela espontaneidade de um gracejo. Os olhares atravessados de carneiro-mal-morto por um olhar franco, frontal.
Às vezes, a uma pessoa apetece-lhe ser ela própria e descontruir toda uma encenação ridícula que se cultiva socialmente, trocá-la por naturalidade e autenticidade.
Sem teias tecidas para eles caírem, sem as artimanhas que elas nos aconselham. E que se foda o raio da sedução.

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