quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Saciedade de consumo












À saída de uma conhecida loja de roupa cara, em Lisboa, uma senhora (que ia muito carregada com sacos de compras) diz para quem estava a acompanhá-la: “Paciência, depois poupa-se na comida!”.
Fantástico. Esta senhora, sem o saber, comprova empiricamente que Weber e a teoria da relação entre a ética protestante e o capitalismo não estão ultrapassados. E, tal como ela, muitos portugueses que não têm aquela moral espartana, racional, comedida, sóbria, têm as suas prioridades todas trocadas. Essencialmente, em função de um estilo de vida de aparências, de manifestações exteriores de riqueza que não existe e em ostentação que se banha em dívidas. (Ainda dizem que Weber está ultrapassado. Não, meus amigos. Ah, Weber está vivo e bem vivo, como o Elvis.)
Fez-me lembrar aquela tira muito gira da Mafalda, do Quino, sobre a sociedade de consumo, e sobre quando é que se atingiria a saciedade do consumo. Pelos vistos, nunca. Pois se até se pode cortar na comida, o que, assim como assim, até ajuda à dieta e tudo.

6 comentários:

  1. Puro consunismo dos portugueses.
    Há tanta gente que vive so das aparências.

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  2. Viver acima das possibilidades é, mais do que um estilo de vida, um vício que as pessoas têm, à mistura com uma necessidade terrível de exibição e aprovação...

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  3. Não sou muito esquisita com a comida. Já com a roupa...Faço desintoxicações de consumismo durante uns meses, e vai reduzindo, mas depois tenho fases em que compro TUDO. O mesmo se passa com o chocolate. O equilíbrio é uma coisa linda mas uma meta difícil para pessoas impulsivas como eu eheh

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  4. Isso acontece-me tanto, Beatrix!
    Eu acho muito saudável um banho de lojas de vez em quando, faz bem à alma :) Tudo dentro do orçamento e sem colocar em causa as despesas básicas, of course ;)

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  5. Se aprendessemos um bocadinho mais com outros povos europeus era tão bom! Viver para as aparências é tão século XIX, infelizmente ainda temos um bocadinho essa mentalidade.

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  6. Está muito enraizado na cultura dos países do sul da Europa, Debbie. Mas, pode ser que com a crise, se criem novos hábitos..

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