quarta-feira, 2 de maio de 2012

Pingo Amargo



Ainda um pouco aturdida com o que se passou neste 1º de Maio, Dia do Trabalhador, e saltando as observações óbvias em relação ao dia, à comemoração em causa, às lutas que se travam actualmente face a um contexto de crise, e à bela iniciativa de uma grande superfície, só digo uma coisa: tenho medo do povo português.





Um povo universalmente conhecido por ser tão afável, tão pacífico, de tão brandos costumes, e que depois limpa prateleiras de supermercados com uma voracidade aterrorizante e que anda à pancada nas lojas a ponto de ter que se chamar as forças de segurança, como se o mundo fosse acabar amanhã.





Olhem, Deus nos livre de um dia haver uma guerra aqui. Tenho menos medo das amarguras da guerra do que do monstro sanguinário em que o povo português se transforma quando há aquisição de bens em causa.

5 comentários:

  1. Há poucos dias comentava o mesmo com o meu marido: o que me atemoriza se os tempos piorarem não é ter de contar os tostões mas enfrentar a ganância e selvejaria que toma conta das pessoas em situações extremas. Um pouco como o que sucede no Ensaio Sobre a Cegueira: toda a gente está cega e no mesmo barco, mas mesmo assim forma-se um gang!

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  2. :) no dia em q houver um verdadeiro racionamento de comida o melhor é sairmos de casa com uma catana...

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  3. Brisa,
    Excelente exemplo, o do Ensaio. Não me tinha lembrado, mas ilustra muito bem a ideia!

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  4. PS: depois do comentário, acrescentei a foto ;)

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  5. Me,
    o povo português é capaz de tudo...

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