sexta-feira, 19 de abril de 2013

Quando nos toca a nós

Comentava-se a reportagem da SIC, a comparação entre os políticos portugueses e os dinamarqueses. Sorria-se com os paralelismos e as diferenças. Criticava-se muito os gastos dos nossos, elogiava-se as frugalidades deles.
Até que alguém disse que o exemplo começava de cima. Correctíssimo, aprovação geral, mais sorrisos e anedotas.
Mas alguém continuou, dizendo que o exemplo pode partir de cima, mas também tem de ser praticado por todos nós, que o país não são os políticos, não são os outros: o país somos nós. Algumas concordâncias, mas já menos efusivas.
Até que alguém deu um exemplo concreto. Os ministros podem abdicar de motoristas, seguranças, frotas de carros de topo de gama. Mas também há quem possa deixar, tão simplesmente, de fazer telefonemas pessoais nos telefones de organismos públicos, durante o horário de expediente. Se as facturas telefónicas viessem todas detalhadas e se começasse a cortar aí, seriam, com certeza, milhares de euros que se popupava.
Silêncio um pouco embaraçoso. O desconforto pairou ainda durante algum tempo. Depois, dissipou-se. Começou-se a falar de futebol. Os sorrisos e as anedotas voltaram.

6 comentários:

  1. Essa é q é essa.
    Concordo q o exemplo venha de cima. É o clássico do "ou há moral, ou comem todos", mas tb defendo q se cada um, individualmente, n andasse a gastar recursos públicos em seu único e exclusivo beneficio as coisas andavam mto melhores.

    E quem diz públicos, diz privados. É certo q esses n são de todos, mas se queremos "poupar" as pessoas do desemprego devido a cortes, devíamos pensar q isso tb são despesas (e ainda q cada qual ache q é pouco, esse "pouco" multiplicado por dezenas ou centenas de trabalhadores é mto dinheirinho). E seguramente é melhor p todos pouparmos nessas coisas do q n nos ordenados de funcionários q entretanto são despedidos.

    ResponderEliminar
  2. É verdade: ninguém quer que isto mude. Eu como não vejo melhoras à vista, nem reclamo. No fim, Só reparei como o staff dos ministerios estava cheio de pessoal novo.

    ResponderEliminar
  3. Me, há uma grande confusão entre o que é "meu" e o que é "nosso". É aí que reside a ausência de consciência cívica. E esse princípio é a bae de tudo.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu aqui diria q mto se deve à educação. Mas numa altura em q o governo se prepara p fazer cortes nessa área, nem quero falar. É demasiado triste, só de pensar...

      Mas sim. Há mta falta de cultura e consciência cívica, e há muito (demasiado) "umbiguismo"...

      Eliminar
  4. Prezado,
    pois, é isso, falta de vontade. Porque há quem aponte o dedo, há quem agora dê atenção a coisas que nunca tinham merecido atenção antes (ontem à noite a reportagem era sobre o mau aproveitamento de dinheiros públicos nas barragens do Oeste), mas há pouca vontade efectiva de agir e de mudar algo. Só a muito longo prazo. Talvez.

    ResponderEliminar
  5. Que verdade! O mesmo acontece com o Brasil. Os "de cima" deixam o povo ignorante, sem educacão que é pra continuar dando mal exemplo e roubando.
    O problema do Brasil é que tudo é usado a malandragem ou o tal do "jeitinho brasileiro", que justamente foi copiado pelo governo que deveria dar exemplos e não dá. Se todos aprendessem com a Suécia ou Dinamarca, o mundo seria melhor. Isso é fato.

    ResponderEliminar