quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O melhor da Escócia

O melhor da Escócia são mesmo os escoceses: em geral, são simpatiquíssimos, amabilíssimos, bem-dispostos, simples, despretensiosos, muito dados à festa (e ao álcool) e são donos de um humor autocrítico muito divertido. Fazem lembrar os queridos dos irlandeses, mas acho que ainda melhores. Eu não encontrei absolutamente ninguém que fosse rude ou antipático. Muito diferentes dos ingleses. Muito diferentes. Mesmo.

Nas palavras sábias do Tiago Salazar: o Escocês é «um tipo de homem rústico, mas com a mesma doçura espontânea do Irlandês, o sentido de humor apurado do Galês, e livre da sobranceria do Inglês».

Green acres

Eis a minha casa de campo (bom, pelo menos nos meus sonhos, é) ali como quem vai para Inverness.

Cópia Certificada


Cópia Certificada (2010), de Abbas Kiarostami, com William Shimmel e Juliette Binoche.

Cá em casa andamos numa espécie de ciclo de Juliette Binoche. Este é um filme do iraniano Abbas Kiarostami, e eu diria que quase poderia ser um prolongamento da trilogia Before Sunrise, temos quase todos os elementos, mas com um grau muito maior de profundidade, complexidade e desencanto: um casal, um casamento em crise, duas horas a passear a pé, num país europeu, ao mesmo tempo que se esgrime diálogos, decepções, esperanças, desejos, alegrias e mágoas.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

É Ralph Lauren, com certeza

Tempo agora para a nossa rubrica de frivolidade mensal. Esta Charlene do Mónaco é uma rapariga que se tornou princesa, mas que ainda não encarnou verdadeiramente o seu papel. Apesar de simpática, é muito tímida, insegura, pouco carismática, e aparenta quase sempre um ar infeliz de quem está fora do seu elemento (o elemento dela é a água). E de facto, está. Foi transplantada das piscinas olímpicas da África do Sul, onde era atleta profissional medalhada, para um principado impregnado de glamour e tonterías à beira do Mediterrâneo, e, ainda por cima, com o peso de uma ingrata herança: ser a sucessora da insuperável Grace Kelly. Mas deixemo-nos de preâmbulos, e vamos ao que interessa. A moça é uma fraca princesa, mas lá que sabe vestir-se, isso sabe. Quero este vestido roxo. E os brincos também podem vir a mim, já agora. Kate Middleton, incha. (E aprende com quem sabe).

Só?

Confesso que acho piada às músicas do João Só. São simples e directas e transparentes, e a verdade está muitas vezes na simplicidade (e na transparência). O que já não é tão simples será explicar a desilusão que experimentei quando vi o João Só. Que tem Só 25 anos. Curiosamente, não esperava um franguinho (reconchudo). Associava aquelas músicas e aquela voz a um homem ligeiramente mais velho, alguém com alguma pinta, enfim, não esperava nenhum Tiago Bettencourt nem ninguém assim nessa onda de artista-de-esquerda-com-muito-cabelo-e-barba-e-ar-intelectual-mas-pouco-luminoso, mas imaginava-o uma coisa assim mais de trazer por casa, assim uma espécie de Miguel Araújo, vá. Mas não. Quando vi o João Só, perguntei-me: afinal é Só isto? Enfim. Era Só isto, por hoje.

Provincianos

Muitas (demasiadas) vezes, oiço pessoas de grandes cidades como Lisboa ou Porto a terem opiniões muito sarcásticas sobre a pequenez ou o provincianismo dos outros, os que moram em cidades mais pequenas ou em localidades do interior. É curioso, porque essas pessoas que se dizem muito citadinas também merecem algum comentário. Por exemplo, infelizmente tenho conhecido gente de Lisboa ou do Porto que demonstra enormíssimas resistências à simples ideia de se moverem dentro do país (e, pior ainda, fora dele), seja por motivos de trabalho, de opção de vida, ou (imagine-se) simplesmente em lazer. Como se as grandes cidades onde vivem já encerrassem tudo o que há para ver e viver, e não valesse a pena ir a mais lado nenhum. Ora, isto é o provincianismo de quem nunca se abre ao mundo, de quem vive preso na grande gaiola da sua grande cidade ou capital. E essa é a pior e a mais triste forma de provincianismo de todas.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

I'm half and half


Port Moresby: Well, terra firma.
Tunner: We're probably the first tourists they've had since the war.
Kit Moresby: Tunner, we're not tourists. We're travelers.
Tunner: Oh. What's the difference?
Port Moresby: A tourist is someone who thinks about going home the moment they arrive, Tunner.
Kit Moresby: Whereas a traveler might not come back at all.
Tunner: You mean I'm a tourist.
Kit Moresby: Yes, Tunner. And I'm half and half.

Um Chá no Deserto (1990), de Bernardo Bertolluci.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Agora eu já sei (mesmo)



Agora eu já sei

Da onda que se ergueu no mar

E das estrelas que esquecemos de contar

O amor se deixa surpreender

Enquanto a noite vem nos envolver

Onda, Vinícius de Moraes

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Levar a carta a Garcia

Há dias tivemos uma reunião com o nosso chefe máximo. E, durante uma hora, o homem dissertou longamente sobre a nossa missão e os nossos grandes objectivos e metas para o próximo ano, etc. Durante o tempo que falou, repetiu várias vezes a expressão "Levar a carta a Garcia". Várias vezes. Muitas vezes. Demasiadas vezes.

No fim da reunião, fez-se um breve silêncio, e ouviu-se alguém a sussurrar, mas infelizmente em tom audível:

- Mas quem é o Garcia?

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Tattoo (2)

Uma pequena dica para futuros viajantes: para quem, como nós, não previu assistir ao Tattoo mas depois mudou de ideias, aconselho a fazer como nós fizemos: comprar bilhetes last minute, aí umas duas horas antes do espectáculo, na loja oficial do Tattoo (ficam por 20 libras cada, enquanto que os bilhetes normais são para cima de 50 ou 60 libras cada). A loja oficial do Tattoo, fica num ponto muito central, perto de Waverley Station e da Princes Street, depois de atravessar a North Bridge.

As bailarinas do Lyceum Youth Theatre
Tenho poucas fotos porque a minha máquina fotográfica ficou sem bateria no final do dia (gastei-a toda a fotografar ovelhas e veados nas Trossachs, e sei lá mais o quê). Mas assim foi melhor: vale mais assistir com atenção e absorver totalmente o do que estar preocupado a fotografar e filmar tudo. (Depois compra-se o vídeo oficial no site.) Volto a repetir: vale a pena.

Tattoo

Eles chamam-lhe "the greatest show on earth"... Bem, talvez seja exagero. De qualquer forma, o Edinburgh Military Tattoo é um espectáculo que ninguém deve perder se estiver em Edimburgo em Agosto. É assistido diariamente por 8 mil ou 9 mil espectadores, e realiza-se todos os dias à noite (mas somente durante o mês do Festival), na entrada do Castelo de Edimburgo (a esplanade). É, isso sim, toda uma extravaganza, colorida e com muita emoção. É uma experiência diferente e passa-se duas horas muito divertidas. Fica difícil descrevê-lo, só estando lá mesmo. (Um artigo e um vídeo sobre o Tattoo 2013).


No início do espectáculo
 
Eu pensava que eram apenas actuações de bandas militares, e, entre elas, as de muitos regimentos escoceses com as inevitáveis gaitas-de-foles. Mas afinal o espectáculo também inclui actuações de grupos de música e dança de outros países. Este ano vieram da Coreia (este foi lindo), Mongólia (solene), México (giro) e Nova Zelândia (a actuação dos kiwis é muito divertida).




A maravilhosa actuação da Coreia

Também actuaram, entre outros, os inenarráveis Imps Motorcycle Display Team (miúdos entre os 5 e os 16 anos, a fazerem coreografias e piruetas impossíveis em motorizadas). O início de cada espectáculo é muito emocionante, com jogos de luz e som, e a narrativa de uma história que é contada ao longo de cerca de duas horas de espectáculo. Mas o final não é menos emocionante. Na parte final, é tocado o hino God Save the Queen, o Scottish National Anthem (o hino nacional escocês), e a conhecida canção “Auld Lang Syne” (o "hino da amizade", que toda a gente canta abraçada, e que também é típico da Noite de Fim de Ano na Escócia e um pouco por todo o mundo anglo-saxónico).



Os miúdos dos Imps Motorcycle Display
A noite não acaba sem fogo de artifício no Castelo. Nesta parte final é tudo muito comovente. Depois de todos os que actuaram nessa noite se reunirem numa grande festa em palco e tocarem ruidosamente todos juntos, dá-se um dos momentos altos da noite: as luzes no Castelo apagam-se, e ouve-se apenas o pibroch (píbroque)... ou seja, o som de uma única gaita-de foles algures na semi-escuridão, no meio de um silêncio solene. É um momento arrepiante.



terça-feira, 22 de outubro de 2013

Do Uruguai, com amor (4)

Por el camino (2010), de Charly Braun. Uma co-produção entre o Brasil e o Uruguai que estreou só agora em Portugal (com o nome de "Além da Estrada").

Ao que parece, é um road movie, entre outros do elenco surge a Naomi Campbell (sim, essa mesmo), e tem como cenário (como não poderia deixar de ser) as belas paisagens do Uruguai.

Ainda não o vi. But it's on my list.


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Pois não

"Por el camino", de Charly Braun (2010).

Mais O'Sullivan, menos Claudine

No início de cada Outono reinicio sempre os meus esforços para praticar mais desporto (coisa que só lá para Janeiro é que consigo concretizar, e depois só lá para Março consigo regularizar. Em Abril estou no auge, mas chegado o mês de Junho começam as férias, desmorona o meu plano de boas intenções e em Outubro recomeça este trágico ciclo outra vez. Enfim.).
Assim, todos os Outonos, é inevitável lembrar-me da admiração que eu tinha em pequena pelas personagens da Enid Blyton, aquelas infernais miúdas inglesas do Colégio de Santa Clara, entre elas as gémeas O'Sullivan, que eram sempre todas tão activas e atléticas, e que estavam sempre prontas para uma partida do eterno lacrosse.
Com alguma pena (bom, não era assim tanta) e muita preguiça, eu revia-me muito mais na personagem lânguida e cómica da francesa Claudine, outra aluna do Colégio, que era uma caricatura (ah!, a eterna rivalidade entre os ingleses e os franceses...) das meninas coquettes, vaidosas e preguiçosas, que morria de medo de apanhar sol e ficar com sardas, e não dava uma para a caixa na ginástica.
Enfim, os tempos mudaram (muito) e, apesar de continuar a ter alguns traços de Claudine (o medo das sardas), não só faço muito mais desporto e exercício físico, como ganhei muito gosto por eles. Só preciso de passar das boas intenções para a prática. Da próxima semana não passa.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Filmes com vinho (2)


A Good Year (2006), com Russel Crowe, Abbie Cornish e Marion Cotillard, (surpreendentemente) realizado por Ridley Scott, e com a Provence como cenário de fundo. Oh la la.

Filmes com vinho



Sideways (2004), de Alexander Payne, com o insuperável Paul Giamatti e o não menos inexcedível Thomas Hayden Church, acompanhados pelos vinhos da Califórnia.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Um Braveheart em cada esquina

Nas imediações do Castelo de Edimburgo há artistas de rua para todos os gostos, e actores que trabalham como atracções de museus, etc. Há quem recrie William Wallace, o célebre herói escocês popularizado pelo filme Braveheart. E não são só as crianças que ficam fascinadas com a célebre espada, a história e as poses dramáticas do valente guerreiro :)

Ninguém se mete comigo



A entrada do Castelo de Edimburgo, que fica no alto de um vulcão extinto
 
O lema às portas do Castelo de Edimburgo é o lema da família Stuart, a antiga família real escocesa: "Nemo Me Impune Lacessit". Desiludam-se as crianças, pois (shocker!) não tem nada a ver com o peixe Nemo. É, isso sim, uma frase óptima para se estampar em t-shirts. Significa “Ninguém se mete comigo sem levar nos cornos”. (Ah ah. Não. A tradução é: Ninguém me ofende impunemente.) Têm muita classe, os Escoceses.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

América (2)

Há quantos séculos não comia eu maracujás, esse estranho e delicioso fruto, que, em inglês, é passion fruit. (O fruto da paixão, vem mesmo a calhar). Comprei-os: e estavam tão bons. São da Colômbia. Melhor ainda.

América

Bem, por exemplo, até há bem pouco tempo, nunca tinha convivido diariamente com pessoas da Argentina, do Uruguai e do Chile. E até mesmo um do Equador.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Malala

O Prémio Sakharov, atribuído pelo Parlamento Europeu, foi este ano para Malala Yousafzaï, a jovem paquistanesa que luta no seu país pelo direito das raparigas à educação, o melhor investimento que alguma vez pode ser feito.

Este Prémio foi terrivelmente bem merecido. Digo terrivelmente, porque Malala teve que levar primeiro com um tiro na cabeça, dado por um taliban no ano passado, e recuperar num hospital em Birmingham, para agora obter este reconhecimento a nível mundial.

A 12 de Julho deste ano, no dia do seu 16º sexto aniversário, discursou na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.

O Mundo precisa de mulheres com a fibra de Malala.

Unos quantos piquetitos!

Se há coisa que eu gosto nos escoceses, e nos britânicos em geral, é o engraçado culto pelo lado obscuro e fantasmagórico das cidades ou dos sítios. Todos têm um fantasma de estimação. Todos os castelos têm uma parte assombrada. Por toda a cidade de Londres ou Edimburgo há tours nocturnos sobre sítios ou personagens tétricos (sempre interpretados com muito humor). O Edimburgh Dungeons e o Real Mary King’s Close são dois divertidos e imperdíveis exemplos disso.


E, para quem gosta de histórias sangrentas (e a Escócia tem-nas aos montes), o Palácio de Holyroodhouse é uma maravilha. Lá, nos apartamentos de uma das torres, deu-se uma história verídica que é especialmente famosa. Foi o assassinato de David Rizzio, o jovem secretário italiano da também famosa Rainha Mary, Queen of Scots. O pobre rapaz foi morto, em 1566, com cinquenta e tal facadas (foram só “unos quantos piquetitos!”, como diria a Frida Khalo). Ao que parece, foi o próprio marido da Rainha, Lord Darnley, que o mandou matar, cheiinho de ciúmes. Este tal Lord Darnley, vi-o num quadro, e era um rapaz bastante bem parecido. Se não fosse alcoólico e assassino, seria uma jóia de moço. (Não sei se o italiano era giro, mas, se era italiano, gosto de pensar que sim.) Foi um crime passional, portanto. E o assassinato deu-se na presença da própria Rainha. Que, na altura, estava grávida. E que, naquele fatídico momento, estava a jantar. Não deve ter sido coisa bonita de se ver à hora da refeição.

Anyway, nos dias de hoje, nesse apartamento, os responsáveis pelo Palácio encarregaram-se logo de manchar o chão de vermelho no canto onde se diz que o secretário italiano expirou, coitadinho. É para obter um efeito dramático e eventualmente impressionar os visitantes(embora não impressione muito, na realidade).

Esta e muitas outras histórias são contadas no Palácio, que está aberto todos os dias (excepto se a actual Rainha lá estiver). Tem muitas salas abertas ao público e a visita dura uma hora a uma hora e meia. Vale muito a pena, é muito bonito e interessante.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Macarons

Há dias comi pela primeira vez um macaron. Há já algum tempo que o tema macaron me intrigava, mas o aspecto plástico e artificial da coisa dissuadia-me de experimentar, apesar da curiosidade. Hoje, do alto da minha experiência de consumidora-acto-único, digo: afinal era só isto?? Os macarons, tão famosos, tão cénicos, tão cinematográficos, tão icónicos, tão Carrie Bradshaw, tão parisienses, tão nova-iorquinos, e afinal... são só isto??

Sinto-me defraudada nas minhas expectativas (que não eram altas). E acho que, face a isto, o pastel de Tentúgal devia também tornar-se uma referência gastronómica com estatuto mundial, já que é infinitamente melhor e menos armado ao pingarelho. Sinto-me como toda a gente quando vai ao Louvre e vê a Mona Lisa e diz: "Ah! Então é só isto? É pequenino!". (A tal frase que também é tenebrosa para os homens em geral, "Ah! Então é só isto? É pequenino!")

Edimburgh basics

O Scottish Tourist Board não me paga para eu fazer publicidade, mas nem é preciso porque a publicidade faço-a eu completamente sem esforço: ora aqui vamos, então.

A Escócia vale imenso por tudo o que se vê fora das grandes cidades, o que não impede que Edimburgo seja uma cidade fascinante e que mereça uma visita com (muita) calma. (Glasgow também tem o seu mérito, mas só conheci de passagem e tem um estilo completamente diferente, é uma cidade mais arrojada e muito mais industrial.)

Eis o básico dos básicos de Edimburgo: o Castelo, o Scottish National Museum, a Catedral de St. Giles, um passeio pela Royal Mile, e o Palácio de Holyroodhouse. E, claro, à noite, o espectáculo do Tattoo. E há muito, muito mais. Mas vamos por partes.




Dentro do famoso Castelo de Edimburgo, que é um complexo enorme que abriga museus, palácio, masmorras, sala das jóias da Coroa, lojas, restaurante, etc.
 

Vista de Edimburgo, do alto do Castelo

Começamos pelo Palácio de Holyroodhouse, que está magnificamente decorado e bem preservado, e é a residência oficial da Rainha. A mãe dela, a Rainha Mãe, era escocesa. O Palácio fica situado no fim da Royal Mile, no extremo oposto ao Castelo de Edimburgo, e está situado entre dois montes: Calton Hill e Arthur’s Seat. O parque e os jardins que o rodeiam são lindíssimos e muito bem cuidados. Do parque vê-se Arthur's Seat muito bem, e é inevitável uma volta pelas ruínas da Abadia de Holyrood (mesmo ao lado do palácio). Valem todos muitíssimo a visita.


Entrada do Palácio de Holyrood
 


Parque do Palácio


A Abadia

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Paizão

Outro que parece ser um paizão espectacular é o actor brasileiro Marcello Novaes (51 anos muitíssimo sarados, como eles dizem). Este é mais do estilo de jogar à bola, fazer surf (o súrrrfí, como eles dizem) e correr com os filhos pelo calçadão. E depois chega a casa, não tem nada para o jantar, e faz um "mexidão" (como eles também dizem), com tudo o que encontrar no frigorífico. Tem dois filhos adolescentes (de dois casamentos diferentes), e recentemente ambos escolheram morar com o pai em vez de com as respectivas mães. Paizão, calçadão, mexidão. E tudo isto também é bonito.

Daddy

Não sei se corresponderá à verdade, mas o Clinton, apesar de ter sido um marido péssimo, parece ser um pai bonacheirão e espectacular, e a filha acompanha-o (muito mais do que à mãe) por todo o mundo, sobretudo nos trabalhos de cariz humanitário. Bonito.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Introdução a Edimburgo


A parte antiga de Edimburgo vista da Princes Street


Parece incrível, mas à primeira vista (ou vista de fora), Edimburgo parece uma cidade lúgubre, com edifícios muito escuros e tristes. É uma sensação comum. E é pura ilusão. No Verão, o sol brilha até muitas vezes, ilumina toda a cidade, e a própria energia vibrante do local e das pessoas faz dela uma das cidades mais alegres, movimentadas e com boa energia que eu alguma vez conheci. Em Agosto, é extremamente animada e muito visitada por turistas de todo o mundo, que acorrem também ao célebre Festival de Edimburgo, que decorre nesse mês. As ruas principais enchem-se, literalmente, de gente, de visitantes, de artistas, de actores, e por todo o lado há eventos culturais de toda a espécie. Maravilhosa.


A animadíssima Royal Mile, a rua central, que liga o Castelo de Edimburgo ao Palácio de Holyroodhouse


Um caso de amor

O meu caso de amor com a Escócia é um caso sério. E nem sequer é um amor à primeira vista, porque muito antes de eu a conhecer já eu a adorava. Acho que desde que me conheço. Não sei explicar. O amor não se explica.


Pitlochry, uma cidadezinha bonita e muito pitoresca, a norte de Edimburgo. (Depois das cinco da tarde, já não há ninguém nas ruas e as lojas estão todas fechadas. Amorosa...)

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Do Uruguai, com amor (3)


Te quiero en mi paraíso
es decir que en mi país
la gente viva feliz
aunque no tenga permiso

Si te quiero
es porque sos mi amor
mi cómplice y todo
y en la calle codo a codo
somos mucho más que dos.

Mario Benedetti, poeta uruguaio (1920-2009)

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Segunda oportunidade

La vie d'une autre (A vida de uma outra mulher) (2012), de Sylvie Testud.


Um filme simples e bonito sobre as segundas oportunidades na vida. Sobre a possibilidade de repensarmos a vida que vamos construindo, aquilo que queríamos e que queremos para nós, as escolhas que vamos fazendo, aquilo em que nos vamos tornando. Sobre segundas oportunidades, que são preciosas, porque a vida nem sempre se encarrega de as trazer. Juliette Binoche está, como sempre, muito próxima da perfeição.

A coisa que ela tem na cabeça

Não sei que lhe chame, chapéu? toucado? acessório de cabelo? Só sei que quero um igual para cerimónias. Minimalista, original, futurista, elegantíssimo. Quero esta coisa que ela tem na cabeça.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

O país mais romântico do mundo

(Este não é o castelo de Inverlochy dos relatos do Tiago, mas sim o castelo de Urquart, nas margens do Loch Ness, visto pela minha objectiva, pois fez parte do meu périplo pessoal pela Escócia. São dois castelos diferentes, mas as sensações são muito parecidas.)
O Tiago Salazar, que me parece um grande amante da Escócia, tal como eu, escreveu no seu "Viagens Sentimentais":


«O castelo de Inverlochy aparece entre colunas de troncos, depois de uma fiada de casinhas graciosas, silencioso como um túmulo. A brisa agita as folhas e por todo o lado o vento faz estragos e ruídos. Foi então que vi sair um fio de fumo por uma chaminé e atrás de uma janela maior do que um portão, um homem e uma mulher, sentados a uma mesa, iluminados apenas pelo tremeluzir das velas de um candelabro, olhando-se demoradamente com uma ternura cúmplice e antiga. Nessa altura, se dúvidas houvesse, sei que este é o país mais romântico do mundo.»


E eu não poderia estar mais de acordo com o Tiago.