Entrava, e os olhares seguiam-na, sequiosos da harmonia dos traços, do equilíbrio esguio da silhueta. Desejavam-na; sabia-o, sentia-o. Havia quem lhe quisesse lançar pontes, mas, emparedada no seu silêncio e na sua solidão, erguia muros intransponíveis. Havia quem se aproximasse, na confusão de brilho e barulho. Era mais forte que o seu ser: não conseguia evitar ser má. Pelas dores antigas e as futuras, por uma dor estrutural, um trend, não um mero somatório de conjunturas. Aplicava-lhes, a eles, uma espécie de castigozinho, com pendor pedagógico. Um desdém, a roçar a misantropia. Uma triste misantropia.
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
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