quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

No outro lado do mundo

A propósito da Miss Pearls que não gostou nada de Hong Kong, um teste a mim mesma (afinal, já se passaram 12 anos (!))


Lembro-me:
1- do ar carregadíssimo de humidade e calor sufocante, logo à saída do avião, que nos envolveram como uma película quente e húmida, omnipresente
2- dos flamingos do parque em frente ao hotel, um oásis de verde e de paz, no meio de uma selva de néon e gente, tanta gente, apressada
3- da miríade de lojinhas labirínticas e apertadas, onde negociávamos até à exaustão a compra de artigos de tecnologia oriental (perdi o meu walkman que trouxe de lá, numa infindável viagem de expresso…)
4-do Mount Victoria, envolto em neblina, e uns repuxos intermitentes de água lá em cima, e o perfil da cabeça de um cavalo, em relva, na parte lateral de uma encosta
5- do número 8, na matrícula dos carros dos milionários lá do burgo
6- à entrada do mercado, uma profusão de cheiros e cores diferentes
7- dos arranha céus e as luzes e o néon, ao cair da noite
8- das casas flutuantes de Aberdeen (e o restaurante Jumbo – dim sum, que não cheguei a provar)
9- do incomensurável jet lag, dos piores que alguma vez tive
10- de sentir-me nas alturas, na janela do hotel, olhando para uma floresta de betão, a paisagem mais distante do meu mundo que alguma vez tinha admirado (uma sensação que só tomou corpo quando vi os planos cinematográficos de Tóquio, pela mão de Sofia Coppola, em Lost in Translation)

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