In Bruges, de Martin McDonah (2008).
(Ray) - Que interesse tem a História? É só um monte de coisas que já aconteceram.
Que mania que certas pessoas têm de pensar que algumas coisas eram evitáveis no curso da História. Que raio de autismo é este que leva gente a ter pretensões sobre factos e mudanças incontornáveis, alegando que não são irreversíveis, mas que ocorrem por questões pessoais?
A evolução dos sistemas políticos e económicos não se compadece de ninguém e não se prende por minudências, há que haver um bocadinho de hegelianismo nestas coisas. Senão, ainda estávamos no Antigo Regime, no despotismo grego dePéricles, nos sistemas das primeiras cidades mesopotâmicas ou mesmo nos galhos das árvores.
As pessoas têm que se convencer de que não vale a pena remar contra a maré. Têm que se convencer de que há sistemas caducos, decadentes, anacrónicos. Tal e qual como a guerra colonial, o império dos Habsburgos às portas da primeira Grande Guerra, o Estado Novo, a revolução francesa, a queda da monarquia. Sistemas que já funcionaram, não funcionam mais.
Mas não. Insiste-se numa falta de lucidez histórica e política que dá dó.
A História tem ensinado isso tudo, mas ah e tal é chato ler História política e económica mundial, e sobre os grandes trends económicos, é chato optar por uma leitura macro, e mais maçudo é ainda tentar interpretar essas coisas todas.
Este post, pode não parecer, mas tem um sentido.
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