Perante o nascimento dos filhos de pessoas conhecidas deparo-me com uma sensação inesperada. São as primeiras crianças a cujo nascimento assisto de perto. E desconcertam-me algumas coisas.
Sempre se soube disto, mas só agora, é que me apercebo realmente da quantidade de crianças que não resultam de pequenos milagres, de um desejo genuíno de concepção de um novo ser, de uniões especiais, como eu no fundo ingenuamente pensava que ia acontecer com as pessoas à minha volta, mas sim de quecas ocasionais, quecas acidentais, quecas circunstanciais, quecas banais. Enfim, de quecas, fundamentalmente.
Apercebo-me disto agora, depois de assistir, durante anos, ao início, construção e consolidação de vários namoros e relações que agora tiveram fruto. Relações tantas vezes irregulares, acidentadas, turbulentas, improváveis, resultantes de acasos, de conveniências, de ocasiões.
Já que as uniões são tão banais, resta-me pensar na força sacralizadora das próprias crianças que vão nascendo.
Este fds perante as exclamações tanto do namorado dela, como minhas, sobre o CHATAS que são algumas (a maioria) das mães da nossa idade, uma amiga disse-me: mtas vezes essa dependência da criança e o assumir que a criança é a vida delas só surge pq é a única coisa que justifica as opções que elas (as mães) tomaram.
ResponderEliminarTouché. Fiquei sem palavras.
É, Andorinha. Tanta gente a ter filhos só "porque sim".
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