Portas em Dublin
Eu dantes deixava sempre as portas trancadas. Seladas. Cimentadas. Não havia forma alguma de as voltar a abrir. Depois, com o tempo e com as voltas da vida, aprende-se a nunca dizer nunca. Que quem está vivo sempre aparece. Que o mundo afinal é pequeno. Que o tempo passa, não ao ritmo que gostaríamos, mas ao ritmo que tem de ser. Que as coisas levam tempo a consolidar-se. Que o agora, o já, o imediatamente, podem levar muitas semanas, meses, anos, uma década ou mais. Portanto, agora tento deixar as portas entreabertas. Encostadas. Ou, em alguns casos, só no trinco, vá. Haja um mínimo de flexibilidade. O que é preciso, para se saber viver, mais do que sapiência, é de um pouco de flexibilidade.
*clap clap clap*
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