The Buccaneers (série televisiva de 1995), com Carla Gugino e Mira Sorvino.
Edith Wharton é um Pulitzer difícil. Os livros são complexos, o enredo intrincado, e há uma profunda densidade psicológica que caracteriza as personagens. “The Age of Innocence” é uma tremenda seca enquanto história. “The House of Mirth” é angustiante. E “The Buccaneers” parecia o mais promissor, mas a autora nunca o chegou a concluir.
No contexto de luxo, riqueza, extrema polidez e sofisticação da boa sociedade nova-iorquina do segundo quartel do século XIX, a hipocrisia e as aparências são absolutamente esmagadoras. Os círculos sociais conseguem asfixiar por completo a personagem feminina central, considerada “subversiva” e perturbadora da aparente e polida ordem (a “Condessa Olenska” ou “Lilly”). Há um impiedoso ostracismo reservado a estas mulheres (e homens).
E, sem se dar por isso, as histórias começam com aparente normalidade, mas desenvolvem-se, inexoráveis, até chegarem a um final silencioso, polido, convencional, mas desesperante. Como se nada se passasse – mas encerrando angustiantes clímaxes de derrota, de desistência, de conformismo em relação às regras exteriores.
No fundo, retrata-se o jugo das convenções sociais sobre genuínas aspirações e emoções no plano individual. A tremenda força de um pequeno grupo social sobre um sujeito singular (ou um casal apaixonado). As regras absurdas e a teia colectiva de intrigas, e a forma como socialmente tudo conspira para conduzir os “subversivos” à desistência, em detrimento da paz (podre) e da “tranquilidade”.
Estou a detectar um padrão... :)
ResponderEliminarOh, a sério? E eu que pensava que não se notava (muito)... ;))
ResponderEliminarBjnhs.