sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
Happy, happy Christmas
“Happy, happy Christmas, that can win us back to the delusions of our childhood days, recall to the old man the pleasures of his youth, and transport the traveller back to his own fireside and quiet home.”
Charles Dickens
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Manter fora do alcance das crianças
Conheço uma pessoa que, quando tinha dois anos, em 1978, vivia nos EUA e a primeira palavra que disse, inevitavelmente, foi... ayatollah.
E há dias, no comboio, um miúdo de uns cinco anos, mais esperto que eu sei lá, massacrava os passageiros com a seguinte cantilena: "Barakobama, barakobama, barako, barako, barakobama...". Durante horas. E depois perguntava à mãe: "Oh mãe, tu és o barakobama?".
Eu penso que esta promiscuidade entre política e infância é muitíssimo perniciosa. A política devia ser como os medicamentos.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
Caçar na floresta
"Era este o problema de Julia, depois das suas semanas de Londres. Sabia que não era insuperável. Devia haver, pensava, um número de pessoas fora do seu próprio mundo bem qualificadas para lá entrarem; lamentável era ter de as procurar. Aborrecia-a o cruel, delicado luxo da escolha, o passatempo indolente do gato e do rato no tapete em frente da lareira. Não era Penélope; tinha de caçar na floresta."
Brideshead Revisited
Evelyn Waugh
Brideshead Revisited
Evelyn Waugh
Serendi(pity)
Haverá lá coisa melhor no mundo do que sucederem coisas boas sem se estar à espera, surpresas agradáveis, felizes acontecimentos sem planeamento algum. É uma pena, realmente uma pena, que não aconteçam mais vezes - ou, pelo menos, até ao limite das vezes suficientes para não deixarmos de lhes chamarmos "acasos".
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
I'm in love with Black Watch
Alexander McQueen
Encontrei o vestido dos meus sonhos.
Frequentemente na vida encontramos coisas que gostamos (de frente, de lado, de trás), mas sabemos que nunca as teremos. Porém, dá-se o terrível, agri-doce acaso de, ainda assim, ficarmos felizes por, ao menos, as termos encontrado. E já não estaremos só a falar de vestidos.
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Sorrisos
Quando oiço certas pessoas gostava de conseguir não me irritar e de sorrir de uma certa maneira. É mais ou menos como sorria aquela malta de extrema esquerda que estava na plateia de um Prós e Contras, aqui há uns tempos, enquanto ouvia um velho que era convidado do programa e que estava a dizer que era preciso muito cuidadinho (muito cuidadinho!) com os discursos extremistas desta malta, porque na Argentina, há dez ou doze anos atrás, também se enveredou por caminhos extremistas e depois foi muito difícil restaurar a paz social e mais não sei quê. Os sorrisos deles, pá. Eram impagáveis.
terça-feira, 20 de novembro de 2012
Paquetes de greve
Uma senhora, ao meu lado no restaurante, falava peremptoriamente das recentes greves. Pelo discurso, percebia-se que apoia o governo, o Passos Coelho e o PSD. E falava dos paquetes de greve. Paquetes de greve, paquetes de greve, paquetes de greve. A senhora repetia paquetes de greve, incessantemente (e dolorosamente, para mim). Não sei se a senhora imaginaria os grevistas a embarcar em algum cruzeiro pelo Mediterrâneo fora que, já agora, naufragasse fatalmente, claro, tal era a raiva que ela lhes tinha.
Por fim, alguém, delicadamente, lhe corrigiu a palavra, e todos pudemos retomar a nossa refeição em paz.
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
3D
«Nunca voltarei», disse para mim próprio.
Fechara-se uma porta, a porta baixa na parede que procurara e encontrara em Oxford; se a abrisse agora, não encontraria o jardim encantado.
(...) Deixara atrás de mim - o quê? A juventude? A adolescência? Romance?
(...) «Deixei atrás de mim a ilusão», disse para mim próprio. Daqui em diante vou viver num mundo a três dimensões com o auxílio dos meus cinco sentidos.»
Reviver o Passado em Brideshead
Evelyn Waugh
Fechara-se uma porta, a porta baixa na parede que procurara e encontrara em Oxford; se a abrisse agora, não encontraria o jardim encantado.
(...) Deixara atrás de mim - o quê? A juventude? A adolescência? Romance?
(...) «Deixei atrás de mim a ilusão», disse para mim próprio. Daqui em diante vou viver num mundo a três dimensões com o auxílio dos meus cinco sentidos.»
Reviver o Passado em Brideshead
Evelyn Waugh
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Mirror, mirror
Na rádio estava a passar "Boogie Monster" dos Gnarls Barkley. A certa altura, cantam: I used to wonder why he looked familiar/ Then I realized it was a mirror/ And now it is plain to see/ The whole time the monster was me.
Achei simpático da parte dos Gnarls Barkley terem-se inspirado n' "A Aparição" do Vergílio Ferreira. Quer dizer, foi simpático, mas já é um tema batido.
Achei simpático da parte dos Gnarls Barkley terem-se inspirado n' "A Aparição" do Vergílio Ferreira. Quer dizer, foi simpático, mas já é um tema batido.
Veneza
No dia em que eu fiz vinte anos estava em Veneza. Escusado será dizer que raras vezes voltei a ter um aniversário tão bom. "Vinte anos + Veneza" é uma combinação quase insuperável. Mas a Praça de S. Marcos, nesse dia, não estava tão divertida como nesta foto tirada há dias.
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Carga
Pena que as pedras arrancadas à calçada nunca atinjam os verdadeiros responsáveis. Mas, é claro, sistemas financeiros e governos são entidades abstractas demais para se lhes conseguir fazer pontaria.
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Sublime simplicidade
No que diz respeito à moda das celebrities, nunca me interessam tanto os vestidos de gala como o estilo casual que é surpreendido nas ruas.
Como este, simples e prático, mas depurado e elegante, da Beatrice Borromeo. A ilusão da facilidade da cópia não passa disso mesmo, de ilusão. O todo não é a simples soma das partes, é preciso apurar cada ínfimo detalhe para o resultado final e é preciso qualquer coisa de inato. Não é à toa que se conquista o coração de um Casiraghi.
Como este, simples e prático, mas depurado e elegante, da Beatrice Borromeo. A ilusão da facilidade da cópia não passa disso mesmo, de ilusão. O todo não é a simples soma das partes, é preciso apurar cada ínfimo detalhe para o resultado final e é preciso qualquer coisa de inato. Não é à toa que se conquista o coração de um Casiraghi.
terça-feira, 13 de novembro de 2012
Ah, a Suíça...! Os chocolates, os relógios, as montanhas e os véus islâmicos
Este é um retrato actual de Genebra: atrás de cada mulher em roupa desportiva a fazer descontraidamente o seu jogging matinal, à beira do Lac Léman, há logo três ou quatro enfarpeladas de preto dos pés à cabeça.
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
As plaquetas afectivas
Todos temos plaquetas sanguíneas. E trombócitos, trombina, e afins. Serve isto para dizer que estamos geneticamente programados para uma cíclica regeneração e para processos de cicatrização. Biologicamente.
E afectivamente.
Inevitavelmente.
E afectivamente.
Inevitavelmente.
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Ler no S. Martinho
Mea culpa, mea culpa, que ainda não foi desta que me lancei no Proust (anda-me atravessado há anos.) Menos mal, acabei por me decidir por ler o "Shirley", da circunspecta Charlotte Brontë.
(E digo menos mal, porque, minha boa gente, há uns dias, a tentação diabólica estava na FNAC, onde vi o livro d' A Pipoca Mais Doce, "Estilo, Disse Ela". Estava a chamar-me da prateleira com um canto da sereia irresistível. Confesso que ainda me aproximei, enfeitiçada, qual coelho inocente hipnotizado pela serpente. Mas depois alguém me chamou e quebrou-se o encanto. Fugi da FNAC a correr, e só lamento não ter encontrado um padre para me exorcizar.)
Assim sendo, fico com a Charlottezinha Brontë, que é uma autora muito asseada e tudo. A história é sobre uma fase do capitalismo inglês em que os operários não tinham trabalho, e destruíam as novas máquinas que os estavam a substituir, e o patronato era muito rico e muito inflexível. Sounds familiar...?
(E digo menos mal, porque, minha boa gente, há uns dias, a tentação diabólica estava na FNAC, onde vi o livro d' A Pipoca Mais Doce, "Estilo, Disse Ela". Estava a chamar-me da prateleira com um canto da sereia irresistível. Confesso que ainda me aproximei, enfeitiçada, qual coelho inocente hipnotizado pela serpente. Mas depois alguém me chamou e quebrou-se o encanto. Fugi da FNAC a correr, e só lamento não ter encontrado um padre para me exorcizar.)
Assim sendo, fico com a Charlottezinha Brontë, que é uma autora muito asseada e tudo. A história é sobre uma fase do capitalismo inglês em que os operários não tinham trabalho, e destruíam as novas máquinas que os estavam a substituir, e o patronato era muito rico e muito inflexível. Sounds familiar...?
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
Twittar o S. Martinho
Se eu tivesse conta no Twitter, escreveria neste momento, laconicamente:
«Chuva e frio lá fora, castanhas assadas aqui dentro. Jeropiga para os bêbedos do costume, chá quente para mim, que sou uma nódoa. Agora sim, o Outono começou.»
Super Tuesday
Grande suspiro de alívio. Não é o Messias, nem tem nada que ser.
(Mas a esta hora lá estarão os bons WASP do Wyoming e os redneck do sul a recordar o nome do meio do homem. O Romney deve anunciar em breve que vai para um congresso de mórmones casar-se com 17 mulheres ao mesmo tempo.)
terça-feira, 6 de novembro de 2012
Roma
Eu não quero saber o que é que está a acontecer com o Woody Allen, eu não quero saber se os enredos dele são cada vez mais descabidos, eu não quero saber se as histórias que ele articula num filme são cada vez mais inseridas a martelo umas na outras, eu não quero saber o que os críticos ladram.
Eu só sei que, enquanto a minha Cidade Eterna e a sua luz insuperável forem as protagonistas, eu só tenho de agradecer ao homem, eternamente.
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
De Genebra, com amor (ou conveniência, ou comodismo ou hábito, ou lá o que lhe chamam)
Um dia destes eu conto algumas das minhas peripécias em viagens por esse mundo fora sempre tropeçando em casamentos e noivos e o diabo a sete a toda a hora. Mas, por hoje, fica apenas a cena mais inesperada que presenciei à beira do lago Lemain, com o Jet d'Eau mesmo em fundo.
Não perca, numa cidade portuguesa próxima de si
A fantástica Zozô no melhor papel da sua vida, digno de um Oscar, em "Sorrir sempre, no matter what!", a comédia musical do ano.
A igualdade de oportunidades e de género magistralmente explicada pelo Tolan
Pronto, enfim, todos conhecemos o Tolan. E sabemos quem é o Tolan e o que o Tolan representa na blogosfera portuguesa: o Tolan é um gajo maluco, o Tolan tem pancada, é o tipo de gajo que eu penso que uma rapariga "decente" (ah ah!) não escolheria para a levar ao altar (sei lá eu, não o conheço, nunca o vi, mas é o que me parece, pronto). Mas é inegável que é um tipo fora de série, absolutamente excepcional nisto dos blogues, engraçadíssimo, inteligentíssimo e escreve como ninguém. Oh pá, e não é que o homem escreveu este post magistral que, de forma muito simples, me tira as palavras da boca? (Os homens todos deviam ler isto, porque quem melhor que um da espécie deles para argumentar o que mulheres como eu já vêm dizendo há décadas? Talvez com o amigo Tolan se convençam.)
Aqui vão alguns excertos, riam-se com gosto:
Um amigo meu está a pensar ter um filho. Pediu-me ajuda para listar os pontos positivos e negativos de se ter um filho. Os negativos são muitos.
(...)
Mas ter filhos é match point, pelo menos, é isto que digo ao meu amigo. Se os filhos não forem bonitos para se mostrar em ambientes de negócios, uma opção pode ser colar fotografias de crianças tiradas do getty images ou outro banco de imagens e colá-las no desktop para se verem no ecrã projectado naqueles segundos antes de abrir o powerpoint. Nem é preciso falar sobre isso, mas em qualquer conferência, reunião de negócios etc. causa um excelente efeito. É que ter filhos é um bocado o equivalente ao "golo de ouro" em qualquer situação de empate profissional para um homem.
- A quem vamos dar a promoção? Ao Carlos que se diverte à grande com o dinheiro que nós lhe pagamos e faz coisas fixes que nós já não fazemos há mais de uma década ou ao Norberto que é casado com uma chata que o tem preso pelos tomates e uma bebé para sustentar?
- Quem é que vai ter a reunião depois de amanhã em São Paulo sem dormir e volta no próprio dia? É Carlos que não tem responsabilidades nenhumas e ninguém que sinta a falta dele a não ser os amigos da playstation network ou a namorada boazona que com um bocado de sorte o encorna ou o Norberto que tem a bebé de cinco meses que ainda agora nasceu e passa noites em claro porque ela chora e que logo por azar tem de ir ao pediatra no dia da reunião em São Paulo?
- Quem é que vamos despedir? O Carlos que não precisa de dinheiro nenhum a não ser para os seus prazeres egoístas como andar por aí a fazer não sei o quê a vadiar ou o Norberto que tem uma criança para alimentar e vestir?
É curioso que nas mulheres isto funciona exactamente ao contrário e mesmo assim elas querem ter filhos. Em situação de empate, é sempre a solteira sem filhos que ganha.
- A quem vamos dar a promoção? À Vanessa que não tem filhos e está focada na sua carreira e ambição e bem que podia vir comigo à semana de conferências de vendas em Nova Iorque e ficávamos os dois no hilton, ou à Lucília, que tem dois filhos e que volta e meia um está doente e não pode ficar no escritório até tarde e tem de tirar férias em agosto e que deve ter algumas estrias?
terça-feira, 30 de outubro de 2012
Poppy Delevigne e as Camilas Vallejo
Fui sair à noite com o meu grupo de amigas de infância, de quem gosto muito e com quem já não estava há algum tempo. Sem isto ser nenhuma novidade para mim, era eu a única de saltos altos, a única de jeans justos, a única com maquilhagem. Em suma, quando eu saio com elas sou o bastião solitário de vestuário adquirido em cadeias de lojas ibéricas de porcos capitalistas, no meio de um conjunto de trapos indianos e túnicas e sandálias. A verdadeira amizade, de facto, é transversal a tudo. Porque é um quadro bonito de se ver: parece a Poppy Delevigne no meio de um bando de Camilas Vallejo.
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Cartes postales
Já ninguém neste mundo manda postais, creio eu. Qual é o sentido de enviá-los numa era de e-mails, fotografias digitais e Ipads? Não faz sentido, não é lógico, não é grátis, nem sequer é rentável.
Tive conhecimento de que um postal que enviei do estrangeiro em Agosto (!) chegara ontem (calmamente) ao seu devido destino. Muito depois de eu chegar da viagem (claro), e muito depois de termos começado a desconfiar de que se extraviara para sempre.
No rulote escreveu-se no Verão este post sobre postais que eu adorei, e que (como fiel remetente de postais internacionais desde sempre), prometi cumprir. E, pelos vistos, consegui.
Tive conhecimento de que um postal que enviei do estrangeiro em Agosto (!) chegara ontem (calmamente) ao seu devido destino. Muito depois de eu chegar da viagem (claro), e muito depois de termos começado a desconfiar de que se extraviara para sempre.
No rulote escreveu-se no Verão este post sobre postais que eu adorei, e que (como fiel remetente de postais internacionais desde sempre), prometi cumprir. E, pelos vistos, consegui.
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Yvoire
Pronto, e depois há aqueles dias em que estamos muito bem a passear na Suíça e nos metemos num barco para vermos mais coisas suíças e comermos coisas suíças e vermos terras suíças, e, afinal, sem sabermos, vamos parar a França. Mais precisamente a uma aldeia medieval francesa (a coisa mais cosy que já vi, a seguir a Scirmione, em Itália) e comer crepes franceses e pagá-los com euros, que saudades da nossa querida moeda decadente e em crise, que isto os francos suíços parecem dinheiro a fingir.
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