Já
falei aqui extensamente que ter frio não está na moda. Agora debruço-me sobre outro relevante tema que também foi excluído da lista daquilo que é "
in".
Não está na moda ter sono, nem deitar relativamente cedo (22,23h), nem dormir de noite, nem várias horas. Isso é coisa de cromos.
É uma questão social e cultural, claro, porque tudo começa tarde e com atrasos, e tudo acaba tarde neste país, desde a vida nocturna, aos jantares e às reuniões de trabalho.
E o que eu reparo nas pessoas é que mesmo que tenham de se levantar cedo no dia seguinte e ir trabalhar, o que é "fixe" e "fashion" é deitar-se de madrugada, e fazer-se gala de que só se precisa de dormir 3 ou 4 horas por noite, e, de que se faz directas, até.
É tudo gente que nunca dorme, e muito menos dorme de noite. Porque a noite é para se fazer tudo, menos para dormir. Ir para os copos. Ficar dez horas seguidas na net. Papar todas as séries televisivas da moda que passam às cinco da manhã. As noites, para dormir? Isso é para os fracos.
E eu, sinto-me amordaçada e oprimida, e não me atrevo sequer a confessar que não pratico nenhuma dessas loucuras. Ora, sendo alguém que sempre cultivou o gosto de uma boa noite de sono (deitar cedo e dormir oito horas) este assunto apoquenta-me sobremaneira.
Esta gente não imagina o deleite e o bem-estar (e uma pele luminosa) que uma noite bem dormida proporciona. Deixa-os estar. (Depois, aos fins de semana à tarde, fazem a coisa mais decadente que um ser humano pode fazer: adormecem no sofá).