terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Dossier praxe (4)

Outra coisa que me preocupa quando se fala em praxes: é que, às vezes, a abordagem é quase a mesma daquela que os paizinhos actualmente têm com os professores das suas crianças. Ninguém lhes pode dizer nada. Ninguém os pode repreender. Ninguém pode levantar-lhes a voz. Os meninos podem ficar traumatizados. Com os caloiros das universidades também. Ninguém lhes pode dar um berro, ou mandar fazer qualquer coisa (estou a excluir todas as situações aviltantes e afins, bem entendido), porque podem ser prejudiciais. Ora façam-me um favor: estamos a falar de gente adulta, certo?

Então, perante isto, só terei uma coisa a dizer: as novas gerações devem estar a ser super-protegidas ou coisa do género. Estão a formar-se gerações de pessoas a quem não se lhes pode dizer nada, que quebram como cristais, que são flores de estufa, desde o jardim infantil até ao ensino superior. Visto assim, uma praxe ainda deverá provavelmente ter a vantagem de ser a última experiência em que o caloiro sabe, com hora marcada, de antemão, que vai ter ali uma situação menos confortável. Porque, e digo-o com experiência, no mundo profissional, meus amigos, os berros dos chefes, as pressões dos patrões, as chatices e os golpes baixos dos outros colegas, não têm hora marcada: virão quando menos eles esperarem. Se nunca estiverem minimamente preparados, se nunca estiverem psicologicamente fortes, terão muito que aprender. A universidade também serve para isso: confrontar a pessoa com uma hierarquia (será a única forma de aprender a lidar com uma hierarquia? claro que não, mas dá uma ajuda), e prepará-la para o futuro.

3 comentários:

  1. É como a história agora de que tudo é bullying, nunca o termo foi tão apregoado.
    Sabes que há excelentes motivos pra eu não ser Mãe, e um deles é pq eu não concebo poder sê-lo sem puxar as orelhas ou dar uns calduços a um filho meu.
    Pior, que o meu filho tenha o direito de poder dizer na escola que eu o maltrato e usar esse termo pra me magoar ou maltratar, mesmo que seja verdade. Os suecos estão cheios de problemas por terem dado poder a mais a crianças. E os Portugueses vão no mesmo caminho.
    Mas estou-me a desviar. O que eu queria mesmo dizer é que duvido do "quao adultos" sao os miudos hj em dia pq a hiper-protecção é mto alta.

    Bolonha é que devia ser proibido, dar cursos a alguém em 3 anos é dar canudos a crianças.

    Enfim, vou bulir!

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  2. Olha, nem vou acrescentar mais nada: está tudo certo, tudinho! :)
    Também vou bulir que o dia hoje foi demais.

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  3. Eu gostava tanto deste blog.

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