sexta-feira, 29 de dezembro de 2006
Doze badaladas
A caça de amor é de altanaria*
sexta-feira, 22 de dezembro de 2006
Polarizações
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
Take my breath away
Opções estético-filosóficas de uma brunette convicta
Este foi o ano da (minha) adopção definitiva deste estilo puro.
Não era o meu estimado Soren Kierkegaard que, no seu existencialismo solipcista, dizia que o Estágio Estético era o primeiro e o mais básico da existência, marcado pelo "desejo" como móbil de actuação e de pensamento, e o qual não nos levava a nenhum nível de realização pessoal? E que o ser humano só se superaria e redimiria após passar pelo Estágio Ético, atingindo por fim, e só com muita abnegação, o Estágio Religioso, onde reside a solução existencial?...
Mas, certamente, Kierkegaard nunca teve umas calças brancas básicas para conjugar com um top de cortar a respiração.
"He sees you when you're sleeping... He knows when you're awake..."
Tal como a vida, uma vez ou outra.
Wo ai ni
2006 - Best of
Nietzsche tinha razão em muitas coisas.
Darwin tinha razão em tudo.
Freud não tinha razão em quase nada. (acrescento eu)
PS: Le Nouvel Observateur, o souvenir dos Champs Elysées de Outubro.
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
2006 - Best of
2006 - Best of
Madame Récamier, Jean-Louis David (1800)
Louvre, Paris
Gosto desta evocação de neo-classicismo, da encenação do estilo greco-romano. Um cenário singelo a sublinhar a elegância inexcedível de Madame Récamier (que imortalizou a designação das cadeiras homónimas), muito avant-garde para a época (uns dez anos antes).
Muitos preciosos minutos de Louvre lhe consagrei, sentada absorta em frente a este Jean-Louis David, de 1800. Agora também disponível em wall paper de portátil pessoal.
Hi, I'm Jack Black
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
Agenda 2007: cinema
"Apocalypto", a nova experiência de Mel Gibson. Falado em dialecto Maia. Segundo parece, o filme retrata a conquista de uma tribo por uma outra tribo mais agressiva, dentro da antiga civilização Maia. Obviamente, já há activistas da América Latina a contestar o filme, dizendo que oferece uma visão "racista" sobre o Império Maia. Claro. A maldade, a violência só chegaram com o Homem Branco, a rameira que é a culpada por todo o mal do mundo. Que jeito dá. Antes da chegada dos galeões espanhóis, a América Latina era um paraíso sem violência, pois claro. A culpa é toda nossa. Proíba-se já o filme. Um filme que mostra que, afinal de contas, a maldade, a violência, a gula de Poder não são património exclusivo do branquela vanilla motherfucker não pode chegar às massas.
sexta-feira, 15 de dezembro de 2006
Girls' night out
- em vez de as mulheres serem primeiro gatas borralheiras e, no fim, se tornarem princesas, com os homens de hoje em dia primeiro sentem-se princesas e, com o desgaste das relações, tornam-se umas irremediáveis gatas borralheiras (a.k.a. gajas mães de família com algum peso a mais, com decrescente cuidado na maquilhagem e pouco esmero na roupa, intelectualmente embrutecidas e algo alienadas).
Valha-nos o facto de ainda sermos solteiras (por convicção). E giras, que é o mais importante.
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
Por SMS's
Frivolidades
quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
No outro lado do mundo
Lembro-me:
1- do ar carregadíssimo de humidade e calor sufocante, logo à saída do avião, que nos envolveram como uma película quente e húmida, omnipresente
2- dos flamingos do parque em frente ao hotel, um oásis de verde e de paz, no meio de uma selva de néon e gente, tanta gente, apressada
3- da miríade de lojinhas labirínticas e apertadas, onde negociávamos até à exaustão a compra de artigos de tecnologia oriental (perdi o meu walkman que trouxe de lá, numa infindável viagem de expresso…)
4-do Mount Victoria, envolto em neblina, e uns repuxos intermitentes de água lá em cima, e o perfil da cabeça de um cavalo, em relva, na parte lateral de uma encosta
5- do número 8, na matrícula dos carros dos milionários lá do burgo
6- à entrada do mercado, uma profusão de cheiros e cores diferentes
7- dos arranha céus e as luzes e o néon, ao cair da noite
8- das casas flutuantes de Aberdeen (e o restaurante Jumbo – dim sum, que não cheguei a provar)
9- do incomensurável jet lag, dos piores que alguma vez tive
10- de sentir-me nas alturas, na janela do hotel, olhando para uma floresta de betão, a paisagem mais distante do meu mundo que alguma vez tinha admirado (uma sensação que só tomou corpo quando vi os planos cinematográficos de Tóquio, pela mão de Sofia Coppola, em Lost in Translation)
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
A cor da vida
domingo, 10 de dezembro de 2006
"Eu hoje
Na minha humilde opinião, dois breves pontos de análise:
- uma pueril mimetização (em forma de post elegante e "imagem de marca") daquilo que não se é mas se almejava ser, a fazer lembrar o recurso ao indispensável pretérito imperfeito nas brincadeiras de meninas: “Agora eu era a princesa Diana… agora eu era a Madonna…”;
- um recurso subtil e algo ingénuo a fotos femininas de grande beleza, em jeito ambivalente de emulação e adorno de blogue, fazendo (já agora) o gostinho a audiências masculinas.
Resumo/Resumé/Abstract: Infantilidade e Mau Gosto
Toponímia
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
Localismos sazonais
- Eu gosto mais no Inverno, está mais cheio, não está toda a gente de férias, dispersa.
(pausa)
- Então, sou eu que gosto mais de mim no Verão.
Adolescentes somos nós
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
terça-feira, 28 de novembro de 2006
Este também quero ver se vejo
sexta-feira, 24 de novembro de 2006
A metamorfose
A pão e água
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
terça-feira, 21 de novembro de 2006
Impressões: Budapeste
Quando lá fui, gostei da cidade mas não sabia bem definir o que nela senti.
Entre os boulevards novecentistas a lembrar Paris, os antigos cafés, que agora são revitalizados após décadas a serem "condenados" ao anátema de "burgueses", a magnificência do Parlamento, os monolíticos edifícios do tempo do socialismo e da ocupação soviética, e os românticos cruzeiros no Danúbio (que não é só o azul vienense: não, não é), fica-se um pouco baralhado, sem saber o que dizer desta cidade que foge, deliberadamente, a qualquer descrição banal de uma qualquer capital europeia. Tanto que, só alguns anos mais tarde, os meus sentimentos tomaram expressão nas palavras certeiras do Gonçalo Cadilhe, que lhe captou a alma tão bem.
Porque Budapeste é, antes de mais, uma cidade cheia de alma. Por detrás da sua austeridade hermética, há que, delicadamente, lhe ir descobrindo os segredos e o encanto, a sua história milenar (literalmente: a Hungria tem cerca de 1100 ou 1200 anos, de refractária persistência, de refractário orgulho magiar) e uma resistência soberana que aguentou turcos, o império austro-húngaro, os alemães, os sovietes, e deixou intacto o património linguístico, igualmente misterioso (de onde vem a impenetrável língua húngara?), igualmente único no Mundo. Só um país digno, com uma digna capital, tem um monumento erguido na Hösök Tere (Praça dos Heróis) dedicado às suas províncias perdidas no decurso da Segunda Grande Guerra (como é o caso da Transilvânia, perdida para a brumosa Roménia). Foi a frase que eu ouvi de alguém, quando estive nessa praça imponente.
Para não falar na esperiência espiritual de entrar pela primeira vez numa sinagoga, e, na penumbra, dar largas ao espanto, descobrindo formas e cores e estilos desconhecidos - por sinal, a maior do mundo, a seguir à de Nova Iorque.
E acessível, lá, só mesmo a extrema simpatia e humildade, irresistíveis e cativantes, dos húngaros.
E mesmo assim permanecer bela e inacessível, como quando se olha, do lado de Buda - a partir do Bastião dos Pescadores - para o lado de Peste, por sobre o rio escuro e solene, numa tarde de início de Outono.
segunda-feira, 20 de novembro de 2006
Herbie Hancock
Mrs. Robinson
Da cozinha minimalista aos pequenos prazeres urbanos
sexta-feira, 17 de novembro de 2006
Lus Ojus
ki si camina in tus ojus
kuando lus avris
la manyana
kuando il sol
entra su aguda di luz
in tus suenyus.
Clarisse Níkoisdki
Da série de poemas em judeu-espanhol "Lus Ojus, Las Manus, La Boca".
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
O que o Inverno tem de bom
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
Sirmione
é a cidadezinha mais encantadora e cosy (esse indefinível e musical adjectivo que agora está na moda) que visitei até hoje. Uma pequena península nas margens do Lago di Garda, afagada pelos Alpes, atrás, protegida dos séculos por um Forte, e iluminada pelo sol e vitalidade italianos. Tudo, lá, é fascinante, desde os cisnes no Lago, aos saborosos gelados à maneira tradicional, às ruazinhas impecáveis, em que as casas têm floreiras nas janelas (um apontamento cromático e alegre que não é mais do que um pleonasmo à graça e modo italianos, ainda que do Norte). Se eu fosse a Maria Callas, também tinha construído lá uma casa. Ah, e também fazia uma rinoplastia.
(Pena em 99 não ter máquina digital.)
sexta-feira, 10 de novembro de 2006
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
Vinicius
Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só p'ra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.
Pela luz dos olhos teus, Vinicius de Moraes
(A música, e o filme/documentário.)
No laboratório
Manuale d'amore
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
Italiano vero
Lirismo narrativo
Silêncios
(Collin Farrell e Cristian Bale a disputarem ferozmente pelo primeiro lugar na minha lista de homens sexys.)
Líquidos dias de Amesterdão
Uma cidade despretensiosa, pragmática, com vitalidade e tolerância, conquistada, paciente e racionalmente, à água, esse elemento omnipresente - com o mais pragmático espírito da ética protestante, que permitiu o áureo esplendor naval seiscentista e a fuga de cérebros de Portugal (e não só) para lá (da qual a sinagoga israelo-portuguesa é comovente testemunho, em terras onde a fonética nos é tão estranha).
Depois, há a outra Amesterdão. Onde as pessoas são descontraídas e até afáveis. Onde os jovens fazem festas ao fim da tarde, reunindo-se no barco de alguém, ancorado num dos canais, com comida, bebida e música. Onde se fuma um charro, mas também se bebe uma Coca-cola, como nesta coffee-shop aqui ao lado, que ficou a ser a minha preferida. Hunters Bar, na Warmoesstraaat, no Centro da cidade, pertinho do Red Light. Eu recomendo.
sexta-feira, 3 de novembro de 2006
"Frenchie" (parte III)
Já os homens, pela amostra parisiense a que tive direito, só me recordam uma palavra: insipidez. E um je-ne-sais-quois que evoca diminutivos... de outra ordem.
"Frenchie" (parte II)
45 anos de "Boneca de Luxo"
terça-feira, 31 de outubro de 2006
(Recomeço)
Os livros, a música, a chuva a bater na janela, as viagens, o cinema, os amigos, os sorrisos, a fotografia, os afectos, a tranquilidade, os sonhos, as frivolidades, os pensamentos e os aforismos, as árvores, o silêncio, e a minha cidade do amor.
É o único compromisso que faço.
Filosofia (2)
quinta-feira, 26 de outubro de 2006
SIM
Como sempre, quando nos outros países as questões já são outras, nós ainda nos damos ao luxo de ignorar realidades, discutir uma suposta "ética", dar largas à hipocrisia de gente que se redime de tanto, escudando-se numa bandeira de suposta valorização pela vida.
Eu também sou pela vida. E é por ser tão pela vida, que não queria ver situações como a da foto repetirem-se. Se um ser humano não é bem vindo à partida, por razões económicas, familiares, emocionais, não deve vir. Ninguém pede para nascer. Também ninguém deve ser gerado para sofrer.
As campanhas do Não são pródigas em fotos de criancinhas rechochudas, bebés bonitos e felizes, supostamente para apelar à nossa consciência. Até nessa intenção são hipócritas, pois ignoram convenientemente os milhares de crianças que nascem para nunca serem felizes, para nunca sequer terem uma oportunidade para tal. Vale a pena nascer para isso?
quarta-feira, 25 de outubro de 2006
terça-feira, 24 de outubro de 2006
Biblical hair
Sem cabelo* perco a força.
(* no comprimento, penteado e tonalidade exactos)
Hair tragedy
160 € para reparar o erro.
Quatro horas e três pares de mãos depois.
E também é bom ter amigos assim:
Citoyen du monde, chez-elle
E a vida, com gente assim, tem outro sabor.
segunda-feira, 23 de outubro de 2006
sexta-feira, 20 de outubro de 2006
Ahhhhh...saudade.
Assim começa o blogue de 6 magníficos que eu conheço. Que (me) fazem o favor de recordar e escrever histórias que viveram, de resgatar ao esquecimento vivências que não foram importantes para mais ninguém, senão para quem as teve, num momento qualquer daquela década e meia. Ou para quem, como eu, ainda respirou um pouco da atmosfera daqueles tempos quando apenas caloira, apesar do período áureo já estar a acabar quando tive o privilégio de os conhecer a quase todos, e de me tornar amiga de alguns.
São tempos que marcam e deixam uma saudade pungente. E é impossível a leitura destes relatos não deixar um vago, doce, desalento: não só por saber que tudo acabou, mas também porque aquela forma de vida não vingou no seu propósito de continuidade, não funcionou como um legado para as gerações seguintes (ao contrário do que eu pensava). O que torna tudo mais especial e nostálgico. Durante um curto período, houve um grupo de rapazes que tentou e conseguiu recuperar, viver e praticar a Praxe Coimbrã na única forma em que ela existe: de forma genuína. Contagiaram, com a sua graça, modus vivendi e histórias mirabolantes, quem foi seu contemporâneo.
(...)No ano de 1990 efectuei a minha primeira matrícula na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC) e verifiquei que essa Faculdade vivia simplesmente sem saber o que era a Praxe Académica de Coimbra. (...) Encontrei uma Praxe codificada – em algum momento do primeiro trimestre de aulas já conhecia melhor o Código da Praxe do que todos os meus amigos de anos anteriores ao meu – que determinava deveres e obrigações e uma conduta de respeito mútuo entre todos os estudantes – incluindo os caloiros. Mas ao mesmo tempo encontrei a dura realidade em que poucos eram os que conheciam essa Praxe da qual eu gostava e em que os que a praticavam esporadicamente – e provavelmente por causa disso – praticavam-na de forma abastardada.
Edgar Dégas
Verdade de La Palisse
Il est mort devant Paris.
Un quart d'heure avant sa mort,
Il a eté avec sa vie.
(saudades das tuas lições, P., quando tudo era simples, e a vida se resumia ao bibe do colégio e ao pão com manteiga ao lanche.)
O meu sonho kitsch n.º 2
E uma chaise longue (Madame Récamier) vermelha barroca.
O meu sonho kitsch n.º 3
(Não. Espera, esse já é realidade.)
Geografia emocional
but they took a little turn for everybody’s satisfaction…
Coube-nos Paris. Foi nossa, por uns tempos.
tout va bien, c’est super. Allons enfants de la patrie...
Jogamos assim os dados e tratamos por tu os atalhos das capitais europeias, como se de uma brincadeira de crianças se tratasse.
Das propriedades terapêuticas de uma viagem
Énnuie.
Ne me quitte pas
A cidade do amor
Ironias, em Paris:
- estar na que é a "cidade do Amor" para muitos, e ser a mais céptica sobre o amor;
- ficar estarrecida perante Psyché reanimada pelo beijo do Amor, essa sublime libertação da forma aprisionada na pedra de Canova. Enlevada pela anatomia dos afectos, pela harmonia pulcra deste enlace:
terça-feira, 23 de maio de 2006
sexta-feira, 28 de abril de 2006
Meninas Exemplares (II)
terça-feira, 25 de abril de 2006
terça-feira, 11 de abril de 2006
Uma décima
Por uma décima se perde, por uma décima se ganha.
Fim do reinado de direita de Berlusconi e das palhaçadas todas.
Que venha Prodi, e mostre alguma mudança.
Se.
segunda-feira, 10 de abril de 2006
Da fealdade categorizável
- Mas feia, como?
- Sei lá. Feia.
- Mas feia como a Teresa Guilherme, como a Odete Santos ou como Manuela Ferreira Leite?
"Souvenir"
Se há música que eu gosto.
E me reporta às minhas mais antigas reminiscências musicais. É esta.
Comigo, em casa. Vinil, 45 rotações.
Abertura
do Eclesiastes.
Vaidade das vaidades, tudo é vaidade.
[Infelizmente.]